Então, qual a diferença que fazem uma dezena de mulheres e meninas anglicanas descerem em Nova York por alguns dias ao participarem dos eventos circundantes da sessão deste ano da Comissão das Nações Unidas sobre o Status da Mulher (CSW61)?
Certamente toda mulher e menina que participa da CSW61 em Nova York será modificada pela experiência. Elas mudarão umas as outras enquanto descobrem sua irmandade apesar das grandes diferenças culturais e contextos de origem. E, sem sombra de dúvidas, elas aprenderão novas coisas e serão estimuladas por novas ideias enquanto participam da intensa programação dos eventos paralelos da ONU e dos eventos paralelos de ONGs.
Além disso, nós oramos e acreditamos que as vozes diversas, determinadas e fiéis que elas trazem de seus contextos domiciliares adicionarão perspectivas e energia às deliberações governamentais na ONU – neste ano, no tema do empoderamento econômico feminino no mundo do trabalho em mudança. Haverá oportunidades para que nossas delegadas se encontrem com as missões permanentes dos países na ONU e a se unirem nas convenções regionais das ONGs que têm voz nos procedimentos da CSW.
Se nós quisermos ver que nossos Estados-Nação busquem uma agenda de transformação para as mulheres e meninas, então nós precisamos “aparecer e falar”. Os valores de nosso Evangelho e nossas experiências de vida nas vilas e cidades, distritos e áreas rurais têm muito a contribuir. Tais valores e visões podem rapidamente s tornarem marginalizados pelo expediente político e conceitos retrógrados do papel e status da mulher – então nós precisamos manter atentas e ter certeza de que fomos ouvidas e escutadas.
Também na delegação da Comunhão Anglicana, na delegação da Igreja Episcopal, representantes da Mothers’ Union, e mulheres da Diocese de Nova York e de outros lugares, é realmente empolgante ver que na Diocese de Westminster e Niágara da Igreja Anglicana do Canadá, um ‘financiamento colaborativo’ está em curso para que uma dúzia de jovens possam viajar para a CSW61.
É essencial que jovens e jovens adultas anglicanas possam falar no processo de tomada de decisão que terá um impacto significativo em suas vidas e bem-estar, e levem os valores formativos de sua fé a uma arena mais ampla. Os jovens estão sob múltiplas pressões no mundo, mas, quando lhes são dadas oportunidades de advogarem, compartilharem e aprenderem umas das outras, elas têm o potencial de trazer esperança e energia para transformar aquelas coisas que frustrariam seu próprio florescimento humano e o florescimento de outros.
Evidentemente, se comprometer a defender os direitos de mulheres e meninas não é inteiramente uma competência das mulheres e não precisa acontecer apenas em Nova York. É essencial que mulheres e homens – igual e maravilhosamente feitos à imagem de Deus – falem e atuem lado a lado a fim de desafiarem e transformarem as injustiças de gênero que estão profundamente enraizadas em todas as nossas culturas.
Durante a CSW61, o movimento global Lado a Lado de organizações de fé para a justiça de gênero (Side by Side faith movement for gender justice) realizará um evento de lançamento no lido santuário da St Peter’s Church na 619 Lexington Avenue com a 54th Street em Nova York, das 10h às 12h, sexta-feira, 17 de março. Os anglicanos estão envolvidos com o movimento desde sua concepção dois anos atrás e que estão ajudando a moldarem os “capítulos” nacionais do movimento no Brasil, Burundi, Quênia, Ruanda, Etiópia, Escócia e em outros locais. Se você estiver em Nova York no dia 17 de março, por favor, compareça. Envie um e-mail para info@sidebysidegender.org ou registre-se aqui para que possamos saber que você está vindo.
Por favor, ore pelas mulheres e meninas anglicanas que em breve viajarão e nos representarão na CSW. Que elas sejam abençoadas e abençoem a outros.
Texto escrito pela Revda. Terrie Robinson, Diretora para Mulheres na Igreja e Sociedade da Comunhão Anglicana.
Publicado em 07/03/2017 no site Anglican Communion News Service.