Otimismo, entusiasmo e expectativa encheu o ar enquanto delegadas anglicanas, episcopais e da Mothers’ Union, de mais de 20 países ao redor do mundo se uniram para o dia de abertura da 61ª sessão da Comissão das Nações Unidas sobre o Status da Mulher (CSW), na segunda-feira feira em Nova York.
O tema deste ano, “Empoderamento econômico da mulher em um mundo do trabalho em transformação”, abordará questões como a forma de promover a igualdade e como dar às mulheres melhor acesso à educação. Milhares de pessoas participarão deste evento de duas semanas – muitos representando grupos religiosos, ONGs e vários grupos da ONU. Centenas de outros eventos acontecerão em paralelo.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse ao plenário de abertura que os ativistas eram uma inspiração enquanto defendiam a igualdade. O empoderamento para as mulheres precisa ser uma prioridade fundamental – e ele prometeu que ele e a ONU apoiariam todos os passos no caminho.
Houve forte aplauso da delegação anglicana quando o Secretário-Geral declarou que os direitos das mulheres eram direitos humanos e que o ataque a mulheres eram ataques a todos. O Sr. Guterres clamou os ativistas a manterem a ONU nestas promessas de igualdade.
A delegada Episcopal Escocesa, Rachael Fraser, disse que elas estava impressionada por essa vontade de prestar contas: “Fiquei encorajada por ele. Ele se comprometeu à igualdade de gênero desde o princípio – e isto é um tópico realmente importante de se reconhecer”, continuou. “É uma área muito ligada a outros aspectos da igualdade de gênero, pois sinto que isto abre as portas. Se as mulheres puderem alcançar oportunidades iguais em termos de status econômico, então, penso que isto é um tipo de efeito bola de neve que permitirá que muitos outros aspectos de igualdade possam ser alcançados”.
Noreen Njovu da Zãmbia sentiu que a discussão estava muito atrasada: “As mulheres foram oprimidas por muito tempo”, disse. “Isto é um chamado de despertar. As pessoas agora precisam perceber que as mulheres são iguais aos homens. Quando ela faz a mesma quantidade de trabalho, ela merece ter o mesmo pagamento”.
Mathilde Nkwirikiye, uma advogada de Burundi e membro da Mothers’ Union, disse esperar que a Comissão apoie suas famílias: “Empoderar a mulher começa com a família. Se um pai e uma mãe olharem seus filhos e filhas igualmente – isto será o começo”.
Mathilde disse que o tema era especialmente importante em um país pobre como o Burundi, que é muito dependente da agricultura e onde muito do que é cultivado é feito por mulheres. Mas ela tem esperanças de que retornará para casa com uma mensagem positiva. “Espero que elas (a Comissão) nos inspirem, nós inspiraremos umas às outras e nós nos uniremos e destacaremos estratégias de como realizar mudanças para as mulheres em todo o mundo”.
Colega membro da Mothers’ Union, Revda. Immaculee Nyiransen, de Ruanda, concordou que é essencial que a Comissão aborde as raízes das questões, se for para que mudanças reais aconteçam às idas de muitas mulheres.
Para Khushbakht Peters, cirurgiã ocular de Peshawar no Paquistão, a chave será concordar de como se empenhar com os líderes locais: “Espero que exista uma estratégia formada na qual poderemos discutir com líderes culturais sobre como eles podem ajudar e permitir que as mulheres se tornem economicamente empoderadas, especialmente em um país como o Paquistão, o qual é muito diferente de outros países do mundo por nossa cultura ser muito forte”, disse ela. “Será melhor se discutirmos mais com líderes culturais e ajudá-los a entender a estratégia da ONU e da CSW”.
A forte nevasca em Nova York significou que muitos eventos planejados para o segundo dia, terça-feira, precisaram ser cancelados. Mas um evento paralelo sobre mulheres de fé construindo a paz no Sudão do Sul continuou, após um local alternativo ter sido encontrado pela equipe da Comunhão Anglicana na ONU. As delegadas escutarão Harriet Baka Nathan e Joy Kwaje Eluzai da Igreja Episcopal do Sudão do Sul sobre suas experiências de primeira mão.
O CSW é um evento complexo. Um documento preliminar foi produzido ao final de fevereiro, e, desde então, teve adições. Mais adições serão feitas pela Comissão ao desenrolar do evento enquanto delegadas pressionam por mudanças. Os negociadores têm exortado os delegados a virem com sugestões práticas de ideias que funcionarão nos locais. O acordo final – as Conclusões Aprovadas – serão então apresentadas à ONU. Se aprovadas, espera-se que as nações membros as implementem.
A Revda. Laurie Marie Piotrowicz, do Canadá, disse que as declarações acordadas serão de grande ajuda: “Eu vou retornar com mais conhecimento e uma rede mais ampla de recursos. E acredito que toda informação alimentará um sentimento maior de esperança”.
Rachael Fraser concordou: “Minha principal esperança é que isto funcione como o ponto de partida para a ação”, disse.
Publicado em 14/03/2017 no site Anglican Communion News Service.