[Anglican Taonga] Aproximadamente 900 adoradores lotaram a Catedral de São Paulo de Wellington para celebrar a sagração vespertina da Revma. Dra. Eleanor “Ellie” Sanderson como Bispa coadjutora da Diocese de Wellington. A Bispa Eleanor ministrou na diocese de Wellington por mais de 16 anos, sendo 11 como clériga.
Ela tem PhD em geografia – o qual lhe foi concedido por sua tese que explora a intersecção entre o desenvolvimento de comunidades e a espiritualidade cristã, por meio de estudos de caso de uma Paróquia Anglicana Melanésia em Fiji, e um grupo da Mothers´ Union na Tanzânia rural. Ela também tem mestrado em teologia, é membro da Teologia Pública do Seminário Teológico da Virgínia, e pesquisadora associada na Escola de Estudos Religiosos da Universidade de Vitória.O novo Bispo Diocesano e três famílias kitanga anglicanas a sagraram como nova pastora desta Igreja em um festival eucarístico de duas horas com simbolismos e hinos compartilhados pelas diversas comunidades conectadas à vida e ministério da Bispa Eleanor.
A Bispa Victoria Matthews (Canadá) sentiu a expectativa e excitação no prédio, que irrompia com aplausos espontâneos em diversas ocasiões durante a celebração, “Havia ali um profundo sentimento de júbilo, e a união de todas as idades e estágios da jornada cristã. Havia a sensação de estar na igreja em uma peregrinação”.
A diversidade de pessoas unidas refletia o comprometimento da Bispa Eleanor em criar um espaço para todos. “Queríamos falar sobre a família”, disse a Bispa Eleanor, “nesta diocese, quando dizemos ‘nós somos uma família’, não é da boca para fora, nós estamos viver isto em tudo o que fazemos”.
As pessoas do lugar se uniram a familiares e amigos ultramarinos relacionados à Bispa Eleanor de origens africana, melanésia, tonganesa, americana e britânica, além de jovens, crianças, famílias, clérigos, de toda Tikanga.
A Rev. Iritana Hankins de Tai Tokerau – que apresentou a Bispa Eleanor ao lado do Bispo de Wellington Justin Duckworth e a líder tonganesa da Mothers´ Union, Amelia Tu’inukuafe – não estava surpresa por tantos comparecerem: “Ela é uma pessoa muito especial. Ela tem a qualidade de aceitar você onde você está e fazer como que você se sinta especial. Ela não é crítica, ela é sóbria, pura. Quando ela olha para você, fala com você, você é especial”.
O Arcebispo Winston Halapua e o Arcebispo Philip Richardson conduziram a liturgia, rodeados por 10 Bispos Maori Tikanga e Pakeha, além de convidados ecumênicos, incluindo o Arcebispo Católico de Wellington, Cardeal John Dew.
O escopo das comunidades diocesanas foi inegável na diversidade musical e estilos de adoração. O organista e coral da Catedral de Wellington tocaram contrapontos aos músicos visitantes da banda de rock indie de adoração da Blueprint Church, de cantores gospel tonganeses e o coro de meninos da Wellesley College.
A inclusão dos meninos em seus uniformes não deixa dúvidas. A Bispa Eleanor é apaixonada em fortalecer o caráter anglicano especial nas escolas diocesanas de Wellington. Nos últimos quatro anos como capelã do Wellesley College, ela mudou o foco no caráter anglicano, fortalecendo a adoração e a formação da fé na faculdade.
O Bishop Justin Duckworth acredita que o novo papel de Ellie foi “orquestrado por Deus”. “Nós conversamos bastante sobre renovar a herança da igreja e inspirar novas expressões de ministério que estão surgindo. Isto coloca a todos nós para fora de nossa zona de conforto. Mas precisamos ver que estar fora de nossa zona de conforto é a nova formalidade”, disse ele. “Ellie vê isso, e ela têm qualidades diferentes das minhas. Como diocese, nós precisamos posicioná-la missionalmente para usar estes dons”.
“Minha expectativa é que Ellie me desafie a que eu faça o melhor que puder naquilo que estiver fazendo, e eu preciso me adaptar para atender seus dons e habilidades para aquilo que Deus a chamou”.
Enquanto a Bispa Eleanor vem a bordo, os dois bispos de Wellington trabalharão em conjunto pelos próximos quatro meses, enquanto ela ganha a experiência em primeira mão do panorama diocesano. O Bispo Justin se mudará para Whanganui no ano novo e continuará a trabalhar como diocesano a partir dali, retornando a Wellington uma semana por mês para reuniões em grupos.
O pregador na celebração, Pastora Amy Page-Whiting da Cashmere New Life Church, tem grandes expectativas pela liderança de Eleanor, após trabalhar com ela como colega de estágio no ministério tridimensional (3DM) pelos últimos quatro anos. Ela acredita que Eleanor oferecerá uma nova visão à igreja. “Eleanor é uma pioneira, líder profética que escuta a Deus, e entende o que Deus diz e faz à sua volta”, disse Amy. “E ela se baseia na verdade e justiça que encontra nas Escrituras. Seu amor pela justiça acontece quando ela abre espaço para as pessoas que muitas vezes não são escutadas ou vistas, como mulheres e crianças, e pessoas de outras culturas. Ela traz para o centro aqueles que nem sempre estão no centro”.
Isto aconteceu literalmente na celebração quando mulheres da Mother’s Union de Tonga levaram presentes de tapetes finos ao meio da liturgia, enquanto Eleanor se ajoelhou para a imposição das mãos dos bispos na ordenação. Ao final da celebração, explosivos tambores e leões dançantes chineses assinalaram que Eleanor está saindo ao mundo como bispa.
A jornada física e espiritual da Bispa Eleanor à Aotearoa Nova Zelândia emergiu nos símbolos dados por seu ministério como bispa. Em seu báculo, feito manualmente pelo Rev. John Hughes, o carvalho inglês simboliza de onde ela veio, enquanto a coroa koru (nome maori para a fronde de samambaia jovem em fase de desenrolamento – N.do.T.) simboliza o local para a qual ela foi chamada. Uma pedra preciosa ‘Blue John’ púrpura e dourada de Castleton em Derbyshire também foi colocada no coração do koru. A cruz peitoral da Bispa Eleanor foi feita de âmbar negro de Whitby, que vem de sua primeira casa na cidade de Whitby e a lembra de seu amor pela espiritualidade celta e de Santa Hilda.
Com sua sagração, a Bispa Eleanor se torna na primeira mulher a servir como Bispa em Wellington, e quarta bispa a liderar na Igreja Anglicana em Aotearoa, Nova Zelândia e Polinésia. Isto explica porque seu báculo diocesano, ela usará um presenteado pela Bispa Penny Jamieson pelas mulheres de Wellington em sua sagração como Bispa de Dunedin em 1990, um evento que a fez ser a primeira bispa diocesana na Comunhão Anglicana.
Mas foi sua pluvial e mitra que deu à Bispa Eleanor a chance de seus apoiadores a conhecerem seu ministério na diocese que ela liderará. A pluvial que ela vestiu na celebração foi feita para ela quando ela estava liderando a adoração na Catedral de Wellington. Naquela época, ela estava grávida de seu filho, e as mulheres do sodalício da Catedral foram a ela com um tesouro: alguns metros de um antigo brocado dado pela Paróquia de Pauatahanui.
Para Ellie, o tecido apresentado não parecia ser nada mais do que um velho jogo de cortinas. Mas as mulheres explicaram aquilo que elas conseguiam ver. Elas queriam fazer uma nova pluvial de um tecido antigo. Elas sentiram que as pluviais tradicionais da Catedral com o seu peso de chumbo eram muito pesados para ela aguentar. Então, para que ela não desmaiasse com o peso, elas fariam um novo pluvial mais leve.
“Me parece que esta é uma imagem que precisamos levar conosco”, disse a Bispa Eleanor. “Precisamos ser cuidadosos em compartilhar os tesouros antigos, até mesmo as coisas que não conseguimos ver o valor, como este tecido pareceu a mim. Nós precisamos escutar aos mais velhos que podem nos mostrar os tesouros cujo valor não esteja à vista para aqueles que estão se preparando para o nascimento do novo”.
“E muitos dos ministérios de nossa igreja são como aquela criança que ainda não nasceu. Deus está gestando coisas novas. E, ao mesmo tempo, nós precisamos escutar aqueles que são mais novos que nós, as crianças, aos jovens. Eles veem tesouros em coisas diferentes. Nós precisamos ter certeza de não sobrecarregá-los, ao aliviar o peso com tecidos não muito pesados que eles possam aguentar”.
Artigo publicado em 12/06/2017 no site Anglican Communion News Service.