[CMI] O Secretário-Geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, refletiu sobre o trabalho do movimento ecumênico em 2017, descrevendo o presente como “uma extraordinária oportunidade ecumênica neste momento da história”.
Dirigindo-se a uma conferência de uma semana no International Ecumenical Fellowship em Wittenberg, Alemanha, o Rev. Olav refletiu que, se estamos vivendo em uma fase muito perigosa da história da humanidade, nós também estamos testemunhando um momento renovado de esperança para a vida.“As tensões na região da Península Coreana nos deixou mais próximos de um impasse nuclear nas últimas semanas”, disse. “Ademais, a negação do aquecimento global e de suas consequências e a violência e guerra no Oriente Médio e outras regiões são outros fatores escurecendo o horizonte do futuro da humanidade”. Em contraste com esta imagem sombria, no entanto, mais e mais pessoas percebem que não podem se manter espectadores silenciosos e precisam agir.
“Não foi este o caso para tantos que foram tocados e motivados por Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio ou João Calvino na época da Reforma?”, perguntou o Rev. Olav. “É claro, nós aprendemos que este momento pode perder-se, pode até mesmo ser virado de cabeça para baixo como legitimação do poder humano e justificativa para a violência e guerra”.
O Rev. Olav também descreveu os sinais de esperança que ele viu em suas viagens. “Acabei de visitar os povos e igrejas no Pacífico que ainda sofrem as consequências dos testes nucleares em sua região e veem suas ilhas ameaçadas pelas consequências da mudança climática”, disse. “Mas elas continuam a celebrar a vida e buscam a solidariedade de seus irmãos e irmãs de todo o mundo para isto que é tão importante para eles”.
Ele também descreveu a esperança que ele sentiu quando a liderança do CMI se encontrou recentemente com o Papa Francisco para uma audiência privada.
“Há apenas um futuro e esperança comuns para todos ou não há esperança alguma para o futuro”, continuou. “Temos visto no movimento ecumênico o quanto o arrependimento e a responsabilidade mútua contribuíram para o aprofundamento do companheirismo e sua capacidade de se dirigir aos poderes de divisão deste mundo”.
Em vez de focar em nossos inimigos, nós deveríamos prestar atenção nas forças que fazem com que as pessoas sejam inimigas umas das outras, disse. “Precisamos analisar como a polarização e os poderes de divisão que hoje levam ao conflito e à guerra estão trabalhando contra a vontade de Deus neste mundo”.
As igrejas são afetadas de várias maneiras pelas divisões de nosso tempo, continuou o Rev. Olav. “Em termos teológicos, a falta da capacidade de relacionar-se com o outro ou com o próximo de maneira responsável reflete as fraturas de nossa comunidade com o outro e com Deus”, disse. “A contínua existência da injustiça, racismo, guerra, matanças, perseguições e do desespero que leva as pessoas a fugirem de seus queridos lares e famílias nos lembra que estas não apenas são questões da história, mas permanecem uma realidade para a Europa e para o mundo de hoje”.
O Rev. Olav clamou as pessoas a verem o valor de seguirem unidas como igrejas em uma peregrinação de justiça e paz. “Nós realmente temos uma extraordinária oportunidade ecumênica neste momento da história. Vamos orar para que não a percamos”.
Publicado em 29/08/2017 no site Anglican Communion News Service.