[su_note note_color=”#9cc2e5″]O líder executivo da Church Mission Society (CMS), Rev. Cônego Philip Mounstephen, reflete sobre sua recente visita aos cristãos do Nepal e pondera sobre qual diferença que a Igreja faria no Ocidente se ela estivesse preenchida com o Espírito Santo.[/su_note]
Em abril me encontrei no Nepal visitando a igreja de lá. A igreja naquela terra vivenciou um crescimento sustentável e significante nos últimos anos, e foi um privilégio passar um tempo com os irmãos e irmãs de lá.
Em uma manhã, eu estava sentado com um grupo da equipe hospitalar reunida para suas devoções matinais, e quase inevitavelmente me foi pedido a “compartilhar a palavra”. Não tinha preparado nada, mas eu estava sentado próximo a alguém chamado Barnabé, então tomei seu nome como sugestão.
Se nos fosse permitido ter heróis bíblicos, Barnabé seria o meu. Ele foi um homem que fez muito o bem. Trace sua história através dos primeiros capítulos de Atos, e o que encontramos? A primeira coisa que escutamos dele é que ele é generoso com suas posses, quando ele vende um campo e dá o dinheiro aos apóstolos (Atos 4:36-37). É ele pelo qual Paulo começa seu ministério incrivelmente fecundo (Atos 9:27 & 11:25). Ele reconhece a graça de Deus como gentio e é trazido para a igreja em Antioquia; ele é o catalisador de muito do crescimento da igreja (Atos 11:24). E ele é o líder inicial da missão da Igreja (Atos 13:2).
Então, estava eu sentado ao lado de Barnabé, me perguntado porque a jovem igreja nepalesa estava crescendo enquanto a antiga Igreja, onde moro, estava em declínio. No Reino Unido, e em grande parte do mundo ocidental, enquanto Igreja nós enfrentamos uma combinação de indiferença e suspeição. Mas não podemos usar isto como desculpa, pois enquanto a igreja no Nepal não enfrenta a indiferença, ela enfrenta consideravelmente mais pressão e desconfiança do que no Ocidente. E sim, ela está crescendo.
Então o que explica a diferença? A resposta está no Barnabé bíblico. Lucas diz que ele era “cheio do Espírito Santo e de fé” (Atos 11:24). Estas palavras falam de uma poderosa combinação do humano e sagrado, enquanto o poder divino do Espírito se encontra com a esperança e fé humana. E é a intersecção do dois que tornou a vida de Barnabé tão frutífera.
E Barnabé é pessoalmente o diagrama de cada um de nós: uma demonstração vívida do que acontece quando o sagrado e humano se encontram.
Mas mais do que isso: Barnabé é também o diagrama da Igreja; coletivamente nós também somos a demonstração vívida do que acontece quando o sagrado e o humano se encontram. E isto explica, ao menos em parte, o estado da Igreja no Nepal. Como falei às pessoas no hospital naquela manhã, não é exagero chamá-la de “uma igreja de Barnabé”. Ela é uma “boa [Igreja] repleta do Espírito Santo e de fé”, um local em que o sagrado e o humano se encontram, então, como consequência, muitas pessoas são levadas ao Senhor.
O nome “Barnabé” significa “filho do encorajamento”. E a igreja nepalesa realmente deveria nos encorajar: olhe para o que acontece quando a Igreja está repleta do Espírito Santo e com fé! Mas ao mesmo tempo a Igreja no Nepal também é um desafio para a igreja no ocidente. O que nos falta que essa igreja tem? Como nós também podemos nos encher com o Espírito Santo e fé? Como podemos ser um lugar no qual o sagrado e o humano se encontram?
Certamente precisamos começar com oração. Precisamos reconhecer nosso vazio, e pedir para sermos preenchidos. E que o Espírito Santo e a fé realmente nos complete por meio de nossa fidelidade e fecundidade para que muito mais pessoas possam ser levadas ao Senhor. Globalmente, que sejamos “uma igreja de Barnabé”.
Escrito pelo Cônego Philip Mounstephen. Publicado em 13/06/2018 no site Anglican Communion News Service.