A Igreja da Inglaterra e uma coalizão de investidores com ativos combinado de mais de £3 trilhões de libras esterlinas congratularam o anúncio sobre a segurança de barragens de rejeitos pela companhia mineradora global BHP. A coalizão, que inclui o Conselho de Pensões da Igreja da Inglaterra (Church of England Pensions Board) e a Comissão da Igreja da Inglaterra (Church Commissioners for England), emitiram uma chamada conjunta no mês passado para “um sistema global público independente de classificação” para as barragens de rejeitos de companhias de mineração, após o colapso da represa da Vale em Brumadinho. O número confirmado de mortes no desastre é de 169 pessoas; com a adição de 141 ainda desaparecidos.
Barragens de rejeitos contém os subprodutos da mineração. Questões foram levantadas sobre sua segurança pelo fato de seus muros serem construídos frequentemente sobre o rejeito enlameado em vez de terra firme. Em 2015, 19 pessoas foram mortas quando a Barragem do Fundão em Mariana se rompeu, destruindo a vila de Bento Rodrigues. O governo brasileiro anunciou em 18 de fevereiro que novas barragens de rejeito a montante não poderão ser construídas; e estruturas existentes precisarão ser descomissionadas até 2021.
Os organismos de investimento da Igreja da Inglaterra estão trabalhando com fundos de pensão públicos da Suécia, fundos de pensão holandeses APG e Robeco, New Zealand Super, LGPS Central do Reino Unido e o fundo canadense BMO Global Asset Management para pedir novos padrões de segurança.
Os investidores estão propondo que o novo sistema deveria ser independente das companhias, exigindo auditorias anuais em todas as barragens de rejeito, assim como a verificação se mais elevados padrões de segurança correspondentes estão sendo implementados. Todos relatórios deveriam ser tornados públicos por meio de um banco de dados acessível no qual as comunidades, governos, sociedade civil e investidores possam ter acesso.
Hoje (19/08), a BHP disse que apoia o chamado, e disse que está acelerando as medidas que melhoram a segurança em suas 115 barragens de rejeito. Elas estão localizadas em sete locais na Austrália e Chile, com outros sete locais fechados na América do Norte, e quatro joint ventures não operadas na América do Norte e do Sul. A companhia disse que 47 de suas barragens de rejeitos foram construídas com o método a montante – 13 delas em atividade.
“A BHP continuará a acelerar seu trabalho na indústria para avançar a ciência e tecnologia necessária para aumentar a segurança de instalações de armazenamento de rejeitos”, disse a BHP em uma mensagem para os acionistas. “Isto inclui fluxos de trabalho existentes tais como tecnologias de aviso prévio, melhores modelos e monitoramento de possíveis modos de falha, opções de drenagem de rejeitos, e viabilidade de armazenamento de rejeitos secos em escala”.
“A BHP se encontrará com uma série de organismos internacionais neste mês para acelerar este trabalho. A BHP congratula um organismo comum internacional e independente que inspecione a integridade e operação de barragens de rejeitos em todas as instalações de armazenamento de rejeitos em todo o setor”.
“Adicionalmente, a BHP apoia o clamor por maior transparência na divulgação do gerenciamento de rejeitos e trabalhará com o setor para ter certeza de que a divulgação seja aplicada de maneira consistente e informe melhor a gestão de barragens de rejeitos”.
Congratulando o anúncio, o Diretor de Ética e Compromisso para o Fundo de Pensão da Igreja da Inglaterra, Adam Matthews, disse: “comunidades, trabalhadores, bancos e investidores precisam se assegurar que as melhores práticas serão o novo requerimento mínimo por todo o setor da mineração. Independência e transparência serão chaves em reestabelecer a confiança, e, enquanto investidores, nós esperamos fazer nossa parte em trabalhar com peritos globais e a indústria no avanço do chamado que nós fizemos”.
O Bispo de Birmingham, David Urquhart, presidirá a reunião de alto nível de investidores, liderando peritos globais e representantes sênior da indústria em Londres, no dia 4 de abril, para determinar os próximos passos do chamado dos investidores.
Publicado em 19/02/2019 no site Anglican Communion News Service.