A vida contém apenas uma tragédia, por fim: não ter sido um santo.
Charles Péguey
Há santos famosos: Nicoulau, Francisco, Patrício. Santos Apostólicos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Alguns santos são anjos como São Miguel Arcanjo. Outros estão nos elevados escalões clericais como o Papa São Gregório, o Grande. Outros, como Santa Marcela, foram leigos por toda a vida. Alguns são mulheres como Santa Maria, algumas foram inclusive virgens como Santa Beuva. Mas mesmo que você não seja uma virgem, um papa, ou um arcanjo, você ainda pode ser um santo.
No sentido mais amplo, qualquer um que está fazendo algum tipo de esforço para seguir o caminho de Deus é um santo.
Se você vai à igreja neste domingo, provavelmente você cantará o hino “Os Santos do céu” (I Sing a Song of The Saints of God). O hino foi escrito por Lesbia Scott, que o cantava para seus filhos (e traduzido ao português por Jaci Correia Maraschin – N.do.T). No hino, ela diz que os santos eram pacientes, bravos e verdadeiros, alguns eram pastores ou doutores ou soldados. Um até foi comido por uma grande besta selvagem. Mas todos eles foram santos. O hino termina com as palavras, “…and I mean to be one too” (… eu também quero ser).
Mas, além de garantir a nós mesmos o título de santo, o que isto realmente significa? Tem que ser mais do que cantar uma canção para crianças e celebrar um culto. O escritor de 2 Pedro nos diz que como santos nós nos tornamos participantes da natureza divina. Tendo fugido do desejo excessivo dos caminhos do mundo, nós começamos a tomar parte das qualidades do divino. O Evangelho de Lucas diz que os santos são iguais a anjos! Pense nisto por um minuto. E diz que nós somos Filhos de Deus. Então, está começando a parecer que santidade é mais do que ser doutor, pastor, e soldado.
Santos são aqueles que continuam o trabalho de Jesus.
Mais do que qualquer coisa, Jesus é o que podemos ver de Deus. Claro, ele não está aqui agora; mas nós temos as histórias de sua vida, nós sabemos o que ele fez, pensou, e o que no fim aconteceu a ele. Ele é a imagem visível de um Deus invisível. São os santos – isto é, você e eu – que continuarão o trabalho de mostrar Deus ao mundo.
Nestes dias quando estamos tão debilitados pela violência, incansável falar violento de nossos líderes e ações violentas daqueles que os seguem, é mais vital do que nunca que peguemos o manto de tikkun olam (תיקון עולם) de Jesus… a cura do mundo. O mundo precisa ver Deus.
Ser um santo não precisa estar relacionado ao que você acredita, ou sua maneira de viver. Não é sobre fazer as coisas da maneira correta, ou estar em um caminho ou outro. Até mesmo ser devorado por uma grande besta selvagem não é uma marca certeira de santidade. É sobre ficar tão identificado com a natureza divina que você é capaz de mostrar ao mundo como é Deus.
Nesta semana, quando você lutar pela justiça, voto, marcha, escrever cartas, orar… seja aquilo para que você for chamado para curar o mundo, o quê o mundo verá? Ele poderá ver a Deus? Pois este é o trabalho da santidade… continuar o trabalho de Jesus, ser o Deus que as pessoas possam ver.
Algumas notas de possível interesse
- Charles Péguey (1873 – 1914) foi um escritor francês.
- “I Sing a Song of The Saints of God” foi escrito por Lesbia Scott e foi publicado pela primeira vez em 1929.
- O escritor de 2 Pedro pode ter sido qualquer pessoa, mas provavelmente não foi o Apóstolo Pedro…
Texto escrito por Linda McMillan. Publicado em 04/11/2018 no site Episcopal Cafe.