Viver em interação com a missão que Jesus recebeu de Deus

Texto Bíblico: Mateus 9, 35-37

35Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. 37Então Jesus disse a seus discípulos: ‘A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos!’

Reflexão

O cristianismo tem e, sempre teve, como maior ação a propagação da possibilidade do acesso irrestrito ao Reino de Deus; por isso, quando Mateus apresenta, dá uma ênfase toda especial e ressalta que “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade” traz à tona uma grande verdade: Jesus estava em constantemente em movimento, Ele não ficava parado, sempre agitando, ouvindo e exortando os discípulos; ora caminhando, navegando e até acalmando as ondas; ora tendo compaixão das pessoas que estavam como ovelhas sem pastor; ora ensinando, alimentando cinco mil homens (sem contar mulheres e crianças) com “somente” cinco pães e dois peixes; fazendo milagres, perdoando, curando, acolhendo, resgatando e restaurando as pessoas a vida. Ufa, até cansei!

É assim que Jesus vai abrindo o caminho para todos os que se considerem Seus discípulos possam ir além do discurso e continuar com aquele projeto que começou a tomar corpo nos arredores do mar da Galileia. E, a Galileia, para os teólogos judaicos daqueles dias, não era exatamente o melhor lugar para o aparecimento do Messias nem tampouco para o início do reino de Deus, naquela que era considerada a periferia de Israel, longe do centro político e religioso que era Jerusalém. Mas, ao começar naquele lugar, Jesus deixa claro duas coisas: A primeira é a natureza divina da missão que Ele divulgava; já a segunda, é que ao convocar aqueles que estariam próximos D’Ele, primeiro os doze apóstolos e depois todos que embarcaram nessa jornada ao longo dos séculos, Ele mostrou que necessitaria de aquelas e aqueles que tivessem a disposição para continuar a obra do Senhor no mundo. E, mesmo com a nossa natureza tendente ao erro, somos chamados a engrossar o cordão daquelas e aqueles que responderam “sim” a esse chamado estrondosamente maravilhoso e largaram tudo para seguir O Filho do Deus vivo.

E, tudo isso começou com aquelas e aqueles que passaram três anos sonhando, convivendo com Jesus, foram três anos ouvindo o verbo encarnado. Eu estou aqui falando a Palavra de Deus, no entanto Mateus e os outros durante três anos ouviram o Deus da Palavra falando a Palavra de Deus; aquilo que hoje eu anuncio de uma forma retórica aquelas pessoas ouviam no dia a dia; e, quando Jesus abria a boca era o próprio Deus falando, até o “bom dia” do café da manhã ou o “boa noite” para dormir era o próprio Deus exteriorizando Suas as palavras e o Seu acolhimento àquele grupo!

Na verdade, toda essa interação é o que explica a magnitude da missão iniciada por Jesus e plenamente divulgada por aquele grupo, uma missão que oferece a possibilidade de ficar face a face com o nosso Deus. Os primeiros discípulos adotaram essa prioridade e se dedicaram a atingir o mundo; Jesus contou com eles e eles cumpriram muito bem essa tarefa. E hoje, por incrível que possa parecer, Jesus nos concede à possibilidade de fazermos parte desse grupo e, mesmo conhecendo intimamente nossas falhas e duvidas, Ele nos quer ao Seu lado e não deixa sem resposta as nossas súplicas e anseios mais íntimos.

Por isso, quero, sem o menor medo de errar, dizer que já se passaram mais de 20 séculos e Jesus ainda não tem nenhum outro plano; Ele conta com você e comigo para sermos realizadores plenos da prioridade da lista de tarefas de Deus: A evangelização do mundo. E, para isso Ele está disposto a nos conceder as ferramentas necessárias para que possamos viver como discípulos e saímos pelo mundo divulgando e testificando que foi Ele quem “tomou sobre si nossas dores, carregou em seu corpo as nossas fraquezas” (Mt 8,17), para que a nossa aliança com Deus fosse restaurada e que nós pudéssemos ter a possibilidade de, dia após dia, fazer a oração que diz: “Senhor nosso Deus, pedimos forças para continuar a caminhar na Tua peleja todos os dias de nossa vida. Pedimos ajuda para a enxergarmos pela fé, de forma que não deixemos a missão que recebemos inacabada por causa dos nossos temores, dúvidas ou incredulidade. É o que oramos em nome do nosso irmão Jesus. Amém!”.

Para reflexão

  1. Consigo me identificar como parte integrante da missão dentro do projeto de Deus?
  2. Como fazer para colocar em prática a tarefa que Deus me confiou?
  3. Você se reconhece como um realizador pleno a prioridade da lista de tarefas de Deus”? Por que?