Texto Bíblico: Mateus 23.1-7, 10-12
1Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: 2‘Os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3Por isso, vocês devem fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imitem suas ações, pois eles falam e não praticam. 4Amarram pesados fardos e os colocam no ombro dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. 5Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Vejam como eles usam faixas largas na testa e nos braços, e como põem na roupa longas franjas, com trechos da Escritura. 6Gostam dos lugares de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas; 7gostam de ser cumprimentados nas praças públicas, e de que as pessoas os chamem mestre. 10Não deixem que os outros chamem vocês líderes, pois um só é o Líder de vocês: o Messias. 11Pelo contrário, o maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês. 12Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.
Reflexão
A história do cristianismo revela que os servos mais destacados do Senhor foram aqueles que viveram com uma grande simplicidade; e, por isso, foram devidamente exaltados por Deus. Mas, não é só isso, as ações e reações desses servos revelam que o nosso maior desafio, como participes do Reino de Deus, é afastar o desejo de poder ou de glória pessoal, aceitando que toda glória e poder pertencem única e tão somente ao Senhor nosso Deus.
Embora o discurso de Jesus acima tenha um objetivo de exortar os mestres da lei e fariseus que se tornaram hipócritas por desvirtuarem o ensino de Deus e a Sua vontade, para alcançar benesses para si próprios; estas palavras perpassam os tempos e nos alcançam com a mesma força que atingiu todos aqueles que impunham pesados fardos ao povo, enquanto cediam as suas próprias vontades e eram excessivamente complacentes com eles próprios. Tornando-se legalistas fanáticos, impondo leis e decretos que não constavam do plano de Deus para o Seu povo, com o intuito de dominação e controle.
Embora bíblica, a exortação descrita por Mateus não tem sido posta em prática, veja que até hoje pessoas que se intitulam “líderes da igreja” (assim entre aspas), com um intuito de fazer prevalecer uma pseudo autoridade, construída em falsas doutrinas, exigindo posturas, atitudes, doutrinas e procedimentos que não estão inseridos nas Sagradas Escrituras; determinando que as pessoas vivam através de usos e costumes que não estão e nem nunca foram respaldos na Palavra de Deus, operando exatamente como faziam os fariseus. É por vivenciar essa distorção, tão comum, que conclamo você a não esquecer que o Evangelho de Jesus liberta, cura e restaura; além de nos permitir viver toda a plenitude do amor e da graça de Deus. Até porque, tendo o dever de ofício de afirmar que o Evangelho de Jesus não livra com uma mão e amarra com a outra; pois se assim o fizesse não estaria cumprindo o propósito da salvação que Deus por e com amor nos confiou.
Não esqueça que a determinação de Jesus “ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15) é para que possamos divulgar a salvação que advém de Deus e não para sentenciar pessoas e nem tampouco aprisioná-las em “redomas espirituais”.
Podemos até atravessar mares, viajar pelos continentes para levar o Evangelho do Senhor a toda criatura, mas para que isso seja efetivo e acalente o coração de Deus, faz-se necessário ter como premissa básica que precisamos libertar as pessoas e não impor pesados fardos; até porque todo sacrifício já foi feito pelo nosso irmão Jesus Cristo, que revelou o chamado do nosso Deus para divulgarmos a Sua misericórdia, graça e amor, muito amor.
Por isso, que o desejo do meus coração é que nunca não sejamos pedras de tropeço na vida daqueles que nos cercam, nem tampouco que passemos a exigir ações e reações sem respaldo bíblico; precisamos clamar para que o Senhor nos engrandeça e sejamos transformados em servos bons e fiéis que buscam entender a lógica do Reino de Deus através da oração que diz: “Senhor nosso Deus, pedimos o Teu perdão quando, sem entendimento de quem verdadeiramente somos, exaltamos os nossos feitos acima do que devemos. Pedimos a Tua ajuda para a compreender o nosso papel como Teus servos e controlar nosso ego. Clamamos que o nosso irmão mais velho Jesus Cristo continue a nos influenciar, dia após dia, para a Glória do Teu Santo Nome. É no nome D’Ele e por Ele que oramos. Amém!”
Para Reflexão
- Eu me olho no espelho tranquilo, tendo a certeza que não sou um hipócrita? Por quê?
- O que entendo pela afirmação “viver a plenitude do amor e da misericórdia de Deus”?
- Olhando para o que eu faço e o que deixo de fazer, sou ou não sou uma pedra de tropeço?