A graça de Deus outorgada por Jesus

Texto Bíblico: I Coríntios 1.3-9

3Graça e paz a vocês da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. 4Sem cessar, agradeço a Deus por causa de vocês, em vista da graça de Deus que lhes foi concedida em Jesus Cristo. 5Pois em Jesus é que vocês receberam todas as riquezas, tanto da palavra quanto do conhecimento. 6Na verdade, o testemunho de Cristo tornou-se firme em vocês, 7a tal ponto que não lhes falta nenhum dom, que esperam a Revelação de nosso Senhor Jesus Cristo. 8É ele que também os fortalecerá até o fim, para que vocês não sejam acusados no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. 9O Deus que chamou vocês para a comunhão com o seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, ele é fiel.

Reflexão

Essa saudação feita aos cristãos da Cidade de Corinto, uma rica cidade comercial na Grécia antiga, onde Paulo permaneceu durante 18 meses, entre os anos 50 e 52 (At 18, 1 a 18), fundando uma comunidade cristã com pessoas da camada mais modesta da população (I Co 1, 26 a 28) e para que possamos recebe-la plenamente, cada um de nós precisa viver sob a égide daquilo que o Senhor disse ao mesmo Paulo: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mas me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (II Co 12,9).

Afirmo isso, de forma categórica, porque existe uma pergunta que sempre permeia a minha consciência quando leio estes versículos: Será que a graça de Deus, outorgada por Jesus é suficiente para mim? Porque muitas vezes ao ler esses dois versículos é como se o Senhor tivesse me falando claramente: “nada na minha vida será suficiente para você, exceto a minha graça”. E nada que você faça será suficiente para torná-la mais suficiente do que já é. O que Deus está nos dizendo que a Sua graça e a Sua paz são completamente suficientes para nós e nada é, foi ou será mais importante do que o agir do Senhor na nossa vida.

É somente por conta da graça de Deus que poderemos ver com os olhos de Jesus; falar com a boca do Senhor e ouvir com os ouvidos D’Ele. Porque, quando Deus age em nossa vida, através da Sua graça e a Sua paz, Ele transforma, restaura, reconstrói a nossa existência e a nossa vida que nos faz uma nova criatura. Desta forma, os nossos fardos antes pesados, tornam-se leves pela ação da graça e da paz de Deus, pois quanto o maior o suprimento, maior será a presença do Senhor ao nosso lado. Quando os nossos recursos acabarem, por qualquer motivo, a graça e a paz de Deus serão a nossa força para poder suportar as dificuldades e vencer as aflições que advém sobre a nossa vida. E, isso acontece porque Deus tem um amor que não possui limites e um poder cujas fronteiras não são conhecidas. A infinita graça de Deus, sua inefável misericórdia, a sua indefectível paz e compaixão por nós, nos permite bater à porta dos céus e desfrutar dos tesouros pelo Senhor reservados e guardados para cada um de nós. A graça e a paz de Deus em Cristo Jesus são suficientes e únicas para nós, por isso, nada é maior e mais maravilhoso para nossa vida.

Na verdade, essa saudação aos habitantes de Corinto deve ser recebida como preparação daquilo que Paulo também afirmou: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (II Co 13,14). Essa trilogia posta por Paulo nas cartas aos Coríntios (I Co 1,3, II Co 12,9 e II Co 13,14) nos permite ousar na compreensão da graça e o amor de Deus que, através do Ministério de Jesus; além de constatar que a graça e a paz de Deus são franqueadas a cada um de nós, de forma individual, para que possamos reconhecer que é a graça que nos permite sermos redimidos e totalmente restaurados diante de Deus. Já o amor é o canal que possibilita que a graça de Deus nos alcance e faça de cada um de nós novas criaturas. E por fim, a comunhão é a consequência imediata da união do amor com a graça de Deus.

Foi por entender isso muito bem que João trouxe à tona uma expressão mais condensada do Evangelho quando afirmou: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Os sinais da presença de Deus no meio de nós estão resumidos nesta trilogia e demonstram que a paz e a graça, que vêm de graça, restaura, de forma inconteste, a nossa natureza tendente ao erro; foi o que nos redimiu na cruz do calvário, não porque mereçamos, foi um presente da parte de Deus, que não merecíamos e que nos leva a orar dizendo: “Deus amado, não permitas que a minha pouca fé e a minha limitada visão da Tua graça, me faça perder a suficiência dela na minha vida. Que a Tua graça Senhor me envolva com ternos afetos de misericórdia e me supram com toda sua inefável bondade. É o que te peço orando em nome D’Aquele que nos diz: ‘Graça e paz a vocês da parte de Deus e que a Sua face resplandeça sobre nós’, o meu amado irmão Jesus. Amém!”

Para Reflexão

  1. A graça de Deus é suficiente para mim?
  2. como fazer para deixar a graça de Deus nos alcançar e fazer de cada um de nós novas criaturas?
  3. Eu me sinto redimido e totalmente restaurado diante de Deus?