Texto Bíblico: Isaias 61.1-3
1O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; 2A apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; 3A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado.
Reflexão
João Batista passou a sua vida andando no deserto, em meio à solidão, usando a voz para preparar o caminho para que Jesus viesse e trouxesse a presença, o amor e a graça de Deus para o mundo; tanto é que a sua pregação exortava o arrependimento e a mudança de rota, chamando a razão àqueles que se aproximavam para ouvir e receber o batismo que ele fazia nas águas do Rio Jordão.
Porém, foi da prisão, em que foi colocado por Herodes, que João Batista escutou os feitos que Jesus realizava e o seu coração literalmente se animou, pois ele entendeu, perfeitamente, toda a amplitude das palavras profetizadas por Isaias. Até aquele dia não havia nenhuma evidência de que a missão de João Batista tinha sido cumprida a contento. E, somente uma cena martelava a lembrança de João Batista: O batismo do seu primo Jesus, quando ouviu a voz do próprio Deus revelando quem Jesus era verdadeiramente. Ali, João Batista teve a certeza que Jesus, o seu primo, era aquele que seu povo aguardava; o Messias esperado, Aquele a quem os profetas haviam anunciados ao logo dos séculos. Mesmo instalado numa cela fria, sem poder presenciar as coisas de que ouvia falar, o coração de João Batista começou a dar saltos de esperança por entender que liderado por Jesus, ele também poderia ser destinatário das promessas de Deus reveladas por Isaias. E, ao ser ver como aquele que diz “o espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos”.
João Batista, como muitos personagens da bíblia integrantes naquilo que posso chamar de o hall da fé, conseguiu presenciar o cumprimento das promessas do Senhor na sua vida. Mulheres e homens, como João Batista, que muitas vezes, depois de uma caminhada na presença do Senhor, terminaram seus dias numa cela fria de uma prisão, ou como seu próprio Senhor, pendurados numa cruz; e, assim entenderam que seguir Jesus é caminhar com os pés na mesma estrada em que o Senhor pisou, ver com os olhos de Jesus; falar com a boca do Senhor e ouvir com os ouvidos D’Ele; entendendo que quando Deus age na nossa vida, através da Sua graça e a Sua paz, Ele transforma, restaura, reconstrói a nossa existência e a nossa vida que nos faz uma nova criatura.
Por isso, devemos perseverar na caminhada, mesmo que nos leve ao calvário; devemos manter no coração a esperança, mesmo quando há dúvidas, aflições e um futuro incerto a viver. Por isso que ao olhar para a profecia de Isaias, devemos agir como João Batista, que certo dia disse aos seus discípulos, referindo-se a Jesus: “convém que Ele cresça e que eu diminua”; reconhecendo que não somos nada; e, que Deus, através do Cristo Jesus, tornou-se tudo que é necessário para a manutenção da nossa existência. Foi por isso que o apóstolo Paulo, reafirmando esta ideia, afirmou que “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fl 1,21); ou seja, tudo aquilo que Paulo havia perdido para ter o Senhor, tornou-se lucro, diante do que ganhou com a nova vida através daquilo que a proposta revolucionária alicerçada nas palavras de Isaias, inerente e plenamente divulgada pelo Ministério de Jesus.
Assim, fica claro (ou deve ficar) que cabe a cada um de nós assumir uma posição proativa tendo a certeza que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28). E, para experimentar essa promessa de Deus, de uma forma plena, é imprescindível, ter a nítida, clara e incontestável certeza de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Essa confiança deve nos fazer priorizar o nosso crescimento espiritual, para que a nossa natureza seja transformada; e, nos leva a entender que sempre temos duas escolhas: Caminhar sob a tutela de Deus e tomamos posse da promessa de salvação revelada por Isaias, ou, simplesmente, ou renegar a Sua bondade e passar a viver segundo o nosso próprio entendimento. Qual vai ser a sua escolha? E, para lhe ajudar a escolher, precisamos olhar para o Senhor, em quem acreditamos e seguimos, e constatar que Ele é, verdadeiramente, o Cristo, o Filho do Deus vivo, além de fazer nossa a oração que diz: “Querido Senhor que os céus se abram sobre a nossa vida e confirmem que o Jesus que afirmamos servir, verdadeiramente é o Cristo, o Teu Filho vivo. Esta é a certeza que precisamos, para que o nosso coração possa render graças sempre mais e mais. Que o Espírito Santo nos revele esta certeza. É o que pedimos orando em nome de Jesus. Amém!”
Para Reflexão
- Qual a dificuldade que sinto na minha caminhada na presença do Senhor?
- O que tenho que fazer para restaurar os corações e a proclamar liberdade do Ministerio de Jesus?
- Como fazer para perseverar na caminhar sob a tutela de Deus? Por quê?