Texto Bíblico: Marcos 1.32-39
32À tarde, depois do pôr-do-sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que estavam possuídos pelo demônio. 33A cidade inteira se reuniu na frente da casa. 34Jesus curou muitas pessoas de vários tipos de doença e expulsou muitos demônios. Os demônios sabiam quem era Jesus, e por isso Jesus não deixava que eles falassem. 35De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. 36Simão e seus companheiros foram atrás de Jesus. 37e, quando o encontraram, disseram: ‘Todos estão te procurando’. 38Jesus respondeu: ‘Vamos para outros lugares, às aldeias da redondeza. Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim’. 39E Jesus andava por toda a Galiléia, pregando nas sinagogas e expulsando os demônios.
Reflexão
Para começar a nossa conversa de hoje quero relembrar o fundamento necessário e indispensável (cogente) do Ministério de Jesus: O estrondoso poder a Ele concedido, pelo nosso Deus, tanto nos céus como na terra; e, que é, exatamente, por conta dessa outorga que o Senhor nos envia para sermos Suas testemunhas neste mundo, com a mesma autoridade que Ele teve, tem e sempre terá.
Foi por conta deste contexto maravilhoso, único e indelével que o apostolo Paulo, guiado pelo Espírito Santo, afirmou: “A chama do dom de Deus que está em você (…). Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (II Tm 1,6-7). Essa constatação de Paulo deve ser mote necessário para que possamos reconhecer toda a dinâmica revelada por Jesus: Quanto mais trabalha, mais sente a necessidade de orar, de estar perto e de ter comunhão com Deus; pois, somente assim, poderemos ficar de fora daquele grupo que foi revelado por Pedro (quando ainda era Simão) ao sentenciar para Jesus: “Todos estão te procurando”. Mas, qual era o real porquê da busca que foi relatada por Pedro? A resposta é bem simples: Egoísmo! As pessoas esperavam que a maravilhosa graça de Deus, revelada por Jesus, fosse derramada sobre eles; que Jesus solucionasse todos os seus problemas e em ter suas demandas, justas ou não, devidamente atendidas por Deus, de forma instantânea.
Ao afirmar “todos estão te procurando”, Pedro, na verdade, estava dizendo: “Senhor você está fazendo um baita sucesso em Cafarnaum; vamos voltar pra lá e o nosso sucesso será maior ainda”. Essa atitude de Pedro demonstra a permanente tentação do ser humano pelo poder, pela fama e prestígio, aquilo que posso chamar de síndrome de holofote. Mas Jesus não entra nessa, primeiro em Sua resposta abstrai a proposta de Pedro e apresenta a Sua natureza de Messias e como Àquele que tem o objetivo maior levar o amor do Pai; depois ressalta que o agir de Deus não pode ficar restrito a lugares de aparente “sucesso”. Isso porque, a Palavra de Deus deve ser pregada em todos os cantos e para todas as pessoas. É por isso que Jesus foge do estereótipo de um “mero solucionador de problemas” e traz à tona a grande verdade que continua válida até hoje: Ele nasceu para ser “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).
Veja que para aqueles habitantes da Palestina do século I, o encontro com Jesus foi físico e literal. Hoje, na proposta contemporânea de Deus, o encontro com Jesus é virtual; mas, exatamente como aconteceu no passado, é totalmente revelador, verdadeiro, contundente e modificador; um encontro que faz mudar a nossa formar de ver e viver no mundo e que gesta em nós uma nova criatura que busca exalar todos os atributos, todo o amor, a santidade, alegria e a paz que advém diretamente do coração de Deus. E, tudo isso está dentro de você, porque fomos feitos a imagem e semelhança de Deus. Essa é uma das verdades que precisamos gravar no nosso coração para que possamos encontrar Jesus e assumirmos a função, com ônus e bônus, de recriar e divulgar toda a misericórdia de Deus!
É por isso que nós, que desejemos levar a alcunha de cristãos, devemos nortear nossas ações e reações para que as pessoas, através de nós (e, apesar de nós!), também possam encontrar Jesus face a face. E, para isso não podemos poupar esforços para procurar ter um coração que busca seguir, independentemente das circunstâncias, os planos do Senhor para a nossa vida, conhecendo e reconhecendo como nossa à vontade do Pai, para que a nossa oração seja: “Querido Deus, concede-nos a maravilhosa capacidade de continuar agindo todos segundo a Tua vontade, mesmo que ela nos pareça incoerente com a nossa própria maneira de enxergar o mundo. Ajuda-nos Senhor a viver como instrumentos de Tua revelação para que todos possam saber que Tu és nosso Senhor e Salvador, a rocha da nossa salvação. É o que te pedimos em nome de Jesus. Amém!”
Para reflexão
1) Tenho a consciência que preciso identificar e seguir os planos de Deus para a minha vida? Por quê?
2) Será que consigo ter um coração que percebe o que vale a pena e o que é precioso?
3) Será que eu busco a Jesus somente para que a graça de Deus seja derramada sobre a minha vida?