Texto bíblico: Lucas 24.49-53
49Agora eu lhes enviarei aquele que meu Pai prometeu. Por isso, fiquem esperando na cidade, até que vocês sejam revestidos da força do alto. 50Então Jesus levou os discípulos para fora da cidade, até Betânia. Aí, ergueu as mãos e os abençoou. 51Enquanto os abençoava, afastou-se deles, e foi levado para o céu. 52Eles o adoraram, e depois voltaram para Jerusalém, com grande alegria. 53E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.
Reflexão
No dia da Sua ascensão, Jesus fez uma determinação específica e bem direta aos Seus discípulos: Que fossem e anunciassem a Boa Nova, o Evangelho que Ele tinha divulgado durante os três anos em que aquelas pessoas ouviram o Deus da Palavra falando a Palavra de Deus. E, não é elas e eles foram e anunciaram o Evangelho do Senhor! E, foi por conta dessa ação daqueles homens e mulheres, que hoje, século XXI, que a mesma determinação de Jesus nos é imputada e conduz a inconteste certeza de que temos a missão de fazer ecoar, por todo o mundo, os preceitos que foram postos através do Ministério de Jesus.
Essa é a importância capital da ascensão do Senhor Jesus, tendo em vista que esse binômio (ir e anunciar a Boa Nova) é o pressuposto fundamental da nossa fé; mas não é só isso, a ascensão de Jesus denota a nossa responsabilidade de vivermos como membros do Corpo Cristo, como filhos e filhas do mesmo Pai celestial; aquelas e aqueles que foram chamados, pelo Espírito Santo, para viver sob o senhorio de Jesus de Nazaré.
Até porque, Jesus em ocasiões diferentes fez referências sobre o Seu retorno à casa do Pai; da mesma forma que Ele também ponderou e deixou sinais de que retornaria ao mundo. E, esse outro binômio (retorno a casa do Pai e a segunda vinda de Jesus) desnuda uma outra verdade: Jesus veio ao mundo “para tirar os pecados de muitas pessoas. Depois ele aparecerá pela segunda vez, não para tirar pecados, mas para salvar os que estão esperando por ele” (Hb 9,28), porque “os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11,15); e, isso revela, de maneira inconteste, toda a amplitude da onisciência e da fidelidade de Jesus ao projeto de Deus que restaura corações e resgata vidas;
A ascensão de Jesus também traz à tona a certeza de que Ele nos conduzirá e garantirá, para cada um de nós que somos o Seu povo, o lugar eterno onde Ele pessoalmente nos receberá. E, para isso, Jesus estabelece uma relação casual entre a Sua partida, o envio do Espírito Santo de Deus para batizar definitivamente a Sua Igreja (At 2,4) e o Seu retorno para atuar, como nosso advogado de defesa, diante do Supremo Tribunal. Por isso, desde a ascensão aguardamos, ansiosamente, a Sua vinda, compartilhando da Sua presença real e confortadora através da ação do Espírito Santo que Ele mesmo nos concedeu.
E, tudo isso reforça o porquê de uma ação do Senhor que muitas vezes passa desapercebida diante do contexto que está inserida na ressureição do Senhor e que foi relatada por João ao transcrever que “o sudário que tinha sido usado para cobrir a cabeça de Jesus. Mas o sudário não estava com os panos de linho no chão; estava enrolado num lugar à parte” (Jo 20,7). Vou explicar: Jesus dobrou o sudário ou lenço que cobria a Sua cabeça no sepulcro logo depois da Sua ressurreição, porque queria nos deixar para nós a mensagem do lenço dobrado. E, para entender essa mensagem, faz-se necessário adentrar um pouco na tradição hebraica do século I, onde o lenço dobrado tem que a ver com a relação “senhor e o servo”, senão vejamos: Quando um servo colocava a mesa de jantar, ele buscava ter certeza de fazer exatamente da maneira que o seu senhor queria; a mesa era colocada perfeitamente, e o servo esperava, fora da visão dele, até que o Senhor terminasse a refeição. O servo não podia se atrever nunca, a tocar na mesa antes que o seu senhor tivesse terminado a sua refeição. Diz a tradição que ao terminar a refeição, o senhor se levantava, limpava os dedos, a boca e sua barba, e embolava o lenço e o jogava sobre a mesa; ou seja, o lenço embolado queria dizer: “Eu já terminei!”. No entanto, caso o senhor se levantasse e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o servo jamais ousaria tocar na mesa porque o lenço dobrado queria dizer: “Eu voltarei!”. Essa foi a mensagem deixada pelo Senhor Jesus no tumulo e que relembramos na Sua ascensão: “Eu voltarei!”.
E, tudo isso revela outra verdade: No agir de Jesus não tem nada sem sentido e significado. Em breve Ele voltará essa é a mensagem da Sua Ascenção! e louvado seja o nosso bom e terno Deus por essa certeza! É por isso e muito mais que a nossa oração tem que ser: “Senhor nosso Deus e Pai mui amado, não permitas que nossos olhos e o nosso coração nos desviem da obra que nos chamaste a cumprir e da certeza do retorno do nosso irmão Jesus que agora está ao Teu lado. Concede-nos a alegria, a força e o poder de Teu Santo Espírito para realizarmos a missão que nos confiastes enquanto aguardamos a gloriosa vinda D’Aquele que nos concedeu a possibilidade de Te oferecer de volta Senhor os dons que Tu nos tens dado. Te agradecemos por teres nos concedido a dádiva de sermos Filhos de Deus e nos resgatado para Tua honra e gloria. É o que pedimos em nome D’Aquele que foi pra Ti mas vai voltar, o mano Jesus. Amém!”
Para reflexão
1) Entendo do binômio (ir e anunciar a Boa Nova) é pressuposto fundamental da nossa fé? Por quê?
2) Em que o binômio (retorno a casa do Pai e a segunda vinda de Jesus) altera as nossas ações e reações?
3) O que a certeza da ascensão do Senhor afeta a minha forma de ver e viver no mundo?