Texto Bíblico: Marcos 2.23-25
23Num dia de sábado, Jesus estava passando por uns campos de trigo. Os discípulos iam abrindo caminho, e arrancando as espigas. 24Então os fariseus perguntaram a Jesus: ‘Vê: por que os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido em dia de sábado?’ 25Jesus perguntou aos fariseus: ‘Vocês nunca leram o que Davi e seus companheiros fizeram quando estavam passando necessidade e sentindo fome? 26Davi entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu dos pães oferecidos a Deus e os deu também para os seus companheiros. No entanto só os sacerdotes podem comer desses pães’. 27E Jesus acrescentou: ‘O sábado foi feito para servir ao homem, e não o homem para servir ao sábado’.
Reflexão
Mesmo diante de todas as críticas veladas dos fariseus e doutores da lei, Jesus sempre anunciava o amor de Deus com as Suas palavras e principalmente com as Suas ações e reações; na verdade, esse modus operandi utilizado por Jesus revela que o Reino de Deus Jesus propõe um mundo novo, um mundo de liberdade e de fraternidade; um mundo de paz para todas as pessoas. Essa era a razões que levava Jesus a confrontar todos os Seus opositores durante todo o Seu Ministério abençoando a vida daqueles que careciam da graça e da misericórdia do Senhor, tendo como lema o amor de Deus, até a realização do Seu último milagre, quando recolocou a orelha de Malco no lugar no Monte das Oliveiras, na noite da Sua prisão.
Além disso, todas as respostas de Jesus provocam reações diversas no povo, nos líderes judaicos e, principalmente, nos Seus próprios discípulos. É por isso que esses episódios da vida do Senhor Jesus, relatados nos evangelhos, relatam, revelam e colocam e em evidência Jesus, de forma enfática, apregoando o amor de Deus na prática, ensinando que amar é atender às necessidades de alguém no exato momento em que esta pessoa precisa; logo, a definição de amor para Jesus é uma atitude concreta; ou seja, amar é uma decisão, amar é algo que se faz com as mãos é um verbo direto e determinado; amar são ações e não só palavras, tanto é que fomos amados para que possamos ser “capazes de compreender, com todos os cristãos, qual é a largura e o comprimento, a altura e a profundidade, de conhecer o amor de Cristo, que supera qualquer conhecimento, para que vocês fiquem repletos de toda plenitude de Deus” (Ef 3, 18 e 19).
É assim e sem meias palavras que Jesus, expõe, traz à tona, desnuda todo amor e misericórdia de Deus. Jesus não se preocupa com críticas, com falatórios ou em ser politicamente correto. Jesus com uma coragem, que vem diretamente de Deus, enfrenta os fariseus, fanáticos da Lei e condena, de forma veemente, as condutas hipócritas, demonstrando que os doutores da lei e os fariseus tinham abandonado a lei verdadeira do amor. Não podemos esquecer que na perspectiva dos fariseus e dos doutores da Lei respeitar o sábado era uma questão tipicamente religiosa; não guardar o sábado era não respeitar a distinção entre o sagrado e o profano, distinção sobre a qual se fundava essencialmente a religião judaica. E, eles pensavam: Como Jesus, um judeu autêntico, não notava semelhante absurdo?
Jesus entendia que a obsessão dos fariseus e dos doutores da Lei com os ritos externos e com o “parecer ser” revelavam sintomas de uma grave deficiência quanto à forma de ver e de viver a religião. Jesus constatou, com certa facilidade, que os fariseus e os doutores da Lei deixavam para segundo plano os verbos tomar, abençoar, partir e dar, tão utilizados no Seu Ministério, pela estrita observância dos princípios legais e das normas. É por isso, Jesus com o Seu mau humor característico, responde às críticas de forma dura, sem flexibilizar os preceitos de Deus.
Foi por agir tão diferente daquilo que hoje eu e você fazemos diante das situações cotidianas do mundo moderno, que hoje somos desafiados por Jesus para, mesmo sem negar a importância dos rituais, possamos fazer um sério exame de consciência e verificarmos se a nossa religião não está semelhante à dos fariseus e dos doutores da Lei: Perfeita nas expressões externas, mas totalmente vazia e árida por dentro. Até porque, diante das palavras de Jesus, somos diariamente impelidos a olhar para a vida sob as perspectivas do amor incondicional de Deus e, assim, expandir a nossa capacidade de amar e se deixar ser revirado, transformados e inspirados pelo Senhor. E, isto só acontece se expelirmos da nossa vida os princípios e atitudes que tínhamos antes de nos depararmos com o amor de Deus que foi escancarado por Jesus.
E, só iremos ter a certeza de que conseguimos expandir a nossa capacidade de amar quando pudermos, de todo o nosso coração, fazer a oração que diz: “Senhor amado, ajuda-nos a viver sob a influência da Tua palavra de forma que ela possa se expandir em nós, construindo uma nova pessoa, transformada pelo poder de Teu Espírito Santo. Que a nossa vida possa ser suficientemente transformada, de forma que, possamos, a cada dia, divulgar o Teu amor. É o que te pedimos em nome de Jesus Cristo. Amém!”
Para reflexão
1) Procuro e tento viver sob a influência terna do amor de Deus? Por quê?
2) O que tenho de fazer para expandir a capacidade de amar sob a perspectiva de uma vida com Deus?
3) Como expelir da nossa vida as atitudes e adversos ao amor de Deus? Por quê?