Deixar o Senhor multiplicar suas bênçãos na nossa vida

Texto Bíblico: João 6.2-3, 5-13

2Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. 3Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. 5Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro. Então Jesus disse a Filipe: ‘Onde vamos comprar pão para eles comerem?’ 6Jesus falou assim para testar Filipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. 7Filipe respondeu: ‘Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um”. 8Um discípulo de Jesus, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9‘Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente?’ 10Então Jesus disse: ‘Falem para o povo sentar’. Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. 11Jesus pegou os pães, agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. 12Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: ‘Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada’. 13Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que haviam comido.

Reflexão

Sempre que me deparo com os fatos ocorridos no monte Tabgha composto de “apenas” cinco pães, dois peixes e um milagre! Parece pouco? Mas não foi, tanto é que o resultado dessa equação alimentou mais de cinco mil pessoas (sem contar mulheres e crianças), e ainda sobraram doze cestos com as sobras; e, além de me maravilhar com esse surpreendente milagre de Jesus, engrosso o cordão daqueles que defendem este como o início de um longo processo de multiplicar o Pão da vida para toda humanidade.

Cinco pães, dois peixes e um milagre! Parece insignificante? Mas, revela, de forma cabal, que a abundância do resultado do agir de Deus sempre vem assinalada pela aparente modéstia, despojamento ou ineficácia dos meios. E, vejo isso claramente, sob a lente da afirmação feita por André: “Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente?”. E, isso acontece porque temos a mania de tentar colocar parâmetros humanos na obra de Deus, pondo limitações, que não existem e perdemos tempo com coisas periféricas e deixando de ver o que ver e viver o que essencial: O agir do Senhor na nossa vida. E, mesmo diante deste cenário, quase esquizofrênico (pensamentos ou experiências que parecem não ter contato com a realidade), o mais interessante é que Deus sempre responde; neste caso fez sobrar exatamente doze cestos cheiros, um para cada apóstolo incrédulo carregar.

A multiplicação dos pães e dos peixes, de forma épica e inconteste, expõe uma grande verdade: Existem, não só na multiplicação, mas em todo Ministério de Jesus quatro verbos que demonstram de forma clara a natureza do Seu amor por cada um de nós; e, os verbos são: Tomar, abençoar, partir e dar. Esses verbos aparecem em diversas situações na vida de Jesus. Esses verbos descrevem uma ação que tem um potencial enorme na criação da comunidade dos filhos de Deus e, principalmente, na transformação das pessoas.

Esses verbos demonstram que Jesus primeiro toma o que tem disponível. No relato de João milhares de pessoas foram alimentadas por causa do tomar, abençoar, partir e dar. Sabemos que, racionalmente, cinco pães de cevadas e dois peixes são, no máximo, suficientes para alimentar uma família pequena, mas não milhares de pessoas famintas; contudo, era aquilo que Jesus tinha à mão; Seus gestos de tomar, abençoar, partir e dar, são o testemunho vivo das ações D’Ele, seja com pães de cevadas, peixes ou com a nossa vida. É por isso, que aos domingos, estes verbos são repetidos na celebração da eucaristia, quando se afirma que Jesus tomou o pão, deu graças, partiu e o entregou. Durante esses mais de vinte séculos, os cristãos de todo o mundo têm sido alimentados com o mesmo gesto feito na multiplicação dos pães e dos peixes.

Naquele dia, Jesus tomou em Suas mãos tão-somente cinco pães de cevadas e dois peixes e os transformou num banquete espiritual, fazendo, no meio deles, que toda graça e misericórdia de Deus pudessem se transformar em algo palpável e apto a saciar a fome da multidão; estabelecendo uma única condição para que o milagre acontecesse: A multiplicação só aconteceu quando tudo o que tinham foi colocado nas mãos de Jesus e o milagre foi realizado para honra e glória de Deus;

E, tudo isso demonstra que caminhar com Jesus é provar do convívio D’Aquele que pode e vai fazer o impossível acontecer; mas, para isso precisamos ousadia e coragem, franqueadas pelo Espírito Santo de Deus para que possamos multiplicar as benções, a honra e a glória do nome de Deus e não para o nosso benefício. E, a nós só, somente cabe ter no coração a oração que diz: “Amado e querido Deus, concede-nos o conhecimento da Tua vontade para que sejamos Teus instrumentos neste mundo. Que sejamos cheios da Tua compaixão, misericórdia e amor, a fim de que possamos ajudar a todos que são carentes de Ti. É o que oramos em nome no nosso irmão mais velho, o Teu Filho amado Jesus Cristo. Amém!”

Para Reflexão

  1. Entendo que nas mãos do Senhor a soma dos verbos tomar, abençoar, partir e dar é igual a um milagre?
  2. Como e o que fazer deixar o Senhor multiplicar as Suas as bênçãos na nossa vida?
  3. Consigo vislumbrar a graça e a misericórdia de Deus agindo em nós e através de nós?