A prática religiosas sob o prisma da maravilhosa presença do Senhor

Texto Bíblico: Mateus 7.1-8, 14-16

1Os fariseus e alguns doutores da Lei foram de Jerusalém e se reuniram em volta de Jesus. 2Eles viram então que alguns discípulos comiam pão com mãos impuras, isto é, sem lavar as mãos. 3Os fariseus, assim como todos os judeus, seguem a tradição que receberam dos antigos: só comem depois de lavar bem as mãos. 4Quando chegam da praça pública, eles se lavam antes de comer. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. 5Os fariseus e os doutores da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, pois comem pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Isaías profetizou bem sobre vocês, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim. 7Não adianta nada eles me prestarem culto, porque ensinam preceitos humanos’. 8Vocês abandonam o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens.” 14Em seguida, Jesus chamou de novo a multidão para perto dele e disse: “Escutem todos e compreendam: 15o que vem de fora e entra numa pessoa, não a torna impura; as coisas que saem de dentro da pessoa é que a tornam impura. 16Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”

Reflexão

Quem afirma que ama ao nosso Deus, que é Seu servo ou serva, mas, o coração não reflete esse discurso, mesmo essa afirmação feita com muita segurança onde o falante acredita profundamente, não passa de uma incoerência sem sentido e totalmente desmedida. Foi por saber da incoerência que permeia os corações de muitos que Jesus afirmou: “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele” (Jo 14,21).

As palavras de Jesus revelam que os ritos têm o seu lugar, mas como expressão de um verdadeiro e efetivo compromisso com o Reino de Deus. Porque, ritos religiosos sem comunhão matam, esmagam, desagregam e transformam-se num fundamentalismo letal. Tanto é que o eminente Teólogo Presbiteriano Júlio de Andrade Ferreira dizia: “Não mate com sua doutrina alguém por quem Cristo morreu”. Porque igreja não é clube de serviço; a igreja de Jesus é povo de Deus chamado para ser diferente. Já a comunhão sem uma doutrina e sem ritos é puro “oba oba”; é festa inconsequente; não é igreja, é no máximo uma ONG piedosa; comunhão sem uma doutrina e sem ritos transforma-se em disney espiritual.

Por isso, quando afirmou que “Este povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim”, Jesus estava revelando a necessidade de trazer no coração aquilo que é dito pela boca; buscando uma prática coerente, vivendo um testemunho daquilo que se diz acreditar. As palavras de Jesus devem nos fazer pensar sobre nossa própria coerência de vida e perguntar: Será que estou vivendo um cristianismo testemunhal ou apenas tenho um belo discurso, sem qualquer conexão com as minhas ações? Será que sou ou não um agente de transformação de Deus ou vivo numa fé morna, apenas justificada pela minha presença na igreja no domingo para lustrar os bancos com a calça jeans ou somente aumentando a audiência no Youtube?

Essas perguntas são necessárias para que possamos constatar o que realmente significa viver a prática religiosa sob o prisma da maravilhosa presença do Senhor, em plenitude com os Sus ensinamentos e buscando aproximar o nosso coração do coração de Deus. E, para isso, devemos mudar a nossa forma de agir e reagir para viver sob a certeza de que o nosso testemunho é fundamental para fazer com que Jesus apareça, torne-se visível e faça a diferença na vida das pessoas. Devemos mudar a nossa forma de agir e reagir para reconhecer que é preciso viver pela fé, não apenas porque cumprirmos as exigências. E, só podemos viver pela fé porque Deus nos concedeu, gratuitamente, essa estupenda possibilidade.

Pois, para confessarmos, de forma coerente, que Jesus é o nosso Senhor, que O amamos e desejamos servi-LO, o nosso coração precisa viver neste mesmo sentimento, para que, como a igreja do Senhor, possamos reconhecer que a missão daquelas e daqueles chamados pelo Espírito Santo, é divulgar o ideal de Deus para o mundo, que foi, é e sempre será que possamos nos deleitar na vontade do Senhor, vivendo dedicados ao conhecimento da palavra de Deus, que é a espada do Espirito Santo, de maneira que possamos permanecer em Cristo, para que as Suas palavras, o Seu agir e reagir permaneçam em nós e, assim possamos resplandecer o Senhor com nosso discurso, ações e reações.

E, para que tudo isso se transforme numa realidade palpável, a nossa oração deve ser: “Querido Deus, precisamos que a Tua graça se manifeste na nossa vida, de maneira que Tu vivas em e através de nós. Ajuda-nos Senhor a exercitar, com integridade, a nossa fé para que o nosso testemunho seja tenha o necessário respaldo diante de Ti. Que a busca de conhecer-Te mais e mais seja o objetivo mor da nossa caminhada ao lado do nosso irmão mais velho e Teu filho amado Jesus, em nome de quem pedimos. Amém!”

Para reflexão

  1. Como podemos, diante das dificuldades do dia a dia, permanecer sob a influência do Senhor?
  2. Como ajustar a nossa prática religiosa sem abrir mão da maravilhosa presença do Senhor?
  3. Estou preparado para me deleitar na vontade do Senhor e ser um adorador em espírito e em verdade?
    3½. O que entendo pela afirmação “Não mate com sua doutrina alguém por quem Cristo morreu”?