Texto Bíblico: Marcos 9.38-40, 43, 45, 47
38João disse a Jesus: ‘Mestre, vimos um homem que expulsava os demônios em teu nome. Mas nós lhe proibimos, porque ele não nos segue’ 39Jesus disse: “Não lhe proíbam, pois ninguém faz um milagre em meu nome e depois falar mal de mim. 40Quem não está contra nós, está a nosso favor. 43Se a sua mão é ocasião de escândalo para você, corta-a. É melhor você entrar para a vida sem uma das mãos, do que ter as duas mãos e ir para o inferno, onde o fogo nunca se apaga. 45Se o seu pé é ocasião de escândalo para você, corte-o. É melhor você entrar para a vida sem um dos pés, do que ter os dois pés e ser jogado no inferno. 47Se o seu olho é ocasião de escândalo para você, arranque-o. É melhor você entrar no Reino de Deus e com um olho só, do que ter os dois olhos e ser jogado no inferno”.
Reflexão
É por conhecer tão bem os sentimentos que pairam sob o nosso coração, que as palavras do Senhor Jesus, relatadas nesta parte do Evangelho de Marcos, revelam toda a Sua preocupação para que não saiamos da linha e nem deturparmos, com a nossa racionalidade humana e falsas premissas, o projeto de Deus e a sua abrangência acolhedora e inclusiva! Jesus apresenta várias determinações para purificarmos, de forma ampla a nossa forma de agir e reagir durante o, maravilhoso, exercício de apregoar, de forma efetiva, eficaz e perene, todas as maravilhas decorrentes do Reino de Deus. Na verdade, o Jesus afirma a necessidade de sermos capazes de reconhecer e aceitar, plenamente, a ação do Espírito Santo onde quer que ela floresça e tome corpo.
É por isso que Jesus usa imagens e uma linguagem tipicamente semítica, quando determina: “Se o seu pé é ocasião de escândalo para você, corte-o”; “Se a sua mão é ocasião de escândalo para você, corta-a.” e “Se o seu olho é ocasião de escândalo para você, arranque-o”. Jesus lançou palavras tão duras e contundentes, porque Ele sabia bem que a nossa natureza tendente ao erro e ao pecado continua a militar contra a ação do Espírito Santo em nós. E, isso acontece porque somos carentes da graça do Pai, devido ao pecado que nos afastou da semelhança que antes tínhamos com o nosso bom e terno Deus.
Olhando para essas incisivas determinações, não podemos esquecer que se hoje elas causam escândalos e muita dificuldade de interpretá-las, imagine na Palestina do século I! Porém, afirmo, sem medo de errar, que Jesus não estava propondo uma mutilação física; mesmo que, ao longo da história, houvesse pessoas quem assim entendessem. A “mão” significa à nossa maneira de agir; já o “pé” o modo de caminhar na vida; e, por fim o “olho” o jeito de ver e julgar as coisas, as pessoas e até as ideologias. Essas instruções expostas por Jesus que trazem à tona uma certeza que deve permear tanto os dias bons quanto os dias maus: Temos a preeminente necessidade de viver na órbita do Reino de Deus.
Jesus, diariamente, nos desafia; trecho por trecho, palavra por palavra e vai semeando em nós os valores do Reino de Deus. Jesus nos intima a reveremos os nossos conceitos e pré-conceitos; a nossa forma de agir e reagir diante das coisas de Deus, utilizando a forma enfática que Lhe é peculiar e determina: Mude, jogue fora, expurgue tudo aquilo que cause problema e lhe afasta do projeto de Deus. Mudar, expurgar e jogar fora tudo aquilo que cause problema é necessário para quem quer seguir a Jesus como um discípulo. E, Jesus faz isso por saber que a conversão não é um processo completo no que se refere à santificação daqueles e daquelas que buscam entregar suas vidas a Deus;
Mas, a graça trazida por Jesus removeu a espada da justiça de Deus que pairava sobre a nossa cabeça; e, em e por Cristo Jesus somos mais que vencedores, porque Ele se fez justiça por cada um de nós, de forma personalizada e única. Portanto, quando os nossos desvios de conduta acontecem (e olha eles teimam em acontecer), devemos cortar tudo que nos afasta do Senhor e viver a certeza que Deus espera da nossa parte uma atitude de busca, perseverança, desejo de mudança sempre.
E, para que esta mudança seja cada dia mais efetiva em nós, precisamos permanecer em N’Ele, para que a Sua palavra promova uma transformação completa em nosso ser e nos leve a fazer a oração que diz: “Querido Deus, abençoa-nos com a Tua força, sabedoria e reforça a nossa fé, de maneira que o nosso testemunho possa sempre respaldar o nosso discurso. Que a nossa vida sempre seja um exemplo de retidão, perseverança e fé para que as pessoas possam sempre enxergar a Tua a face em nós. É o que oramos em nome do nosso irmão mais velho e Teu Filho mui amado Jesus. Amém!”
Para reflexão
1) De que formas posso me aprimorar no exercício de apregoar todas as maravilhas do Reino de Deus?
2) O que consiste e como fazer para viver na órbita do Reino de Deus?
2½) É possível montar um indicador de performance sobre viver na órbita do Reino de Deus? Por quê?
3) Quais as premissas para deixar o Senhor semear em nós os valores do Reino de Deus?