Não ficará pedra sobre pedra na divulgação do amor de Deus

Texto Bíblico: Marcos 13.1-2; 6-8

1Quando Jesus saiu do Templo, um discípulo comentou: ‘Mestre, olha que pedras e que construções!’ 2Jesus respondeu: ‘Você está vendo essas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra; tudo será destruído’. 6Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’. E enganarão muita gente. 7Quando vocês ouvirem falar de guerras e de rumores de guerra, não fiquem assustados. Essas coisas devem acontecer, mas ainda não é o fim. 8Com efeito, uma nação lutará contra outra, e um reino contra outro reino. Haverá terremotos em vários lugares, e também haverá fome. Isso será o começo das dores.

Reflexão

Olhando para o texto acima, você pode ter uma reação similar àquela que aconteceu comigo, quando da minha primeira leitura desta parte do Evangelho de Marcos: Um susto! Isso mesmo, fiquei assustado com as palavras de Jesus, por achar que o Senhor estava exagerando um pouco nesse Seu discurso. Mas, quando passei a observar, mais atentamente, toda a complexidade dessas palavras de Jesus, pude constatar que àquelas pessoas (e, também muitos de nós) não conseguiram decodificar que a verdadeira proposta de Jesus era para que não se preocuparem com a destruição física do templo, mas buscar uma adequação do nosso templo interior para àquilo que mais importa e que foi, é e sempre será muito caro para Deus: A prática perene da lei do amor.

É exatamente por essa razão que Jesus, paulatinamente, vai afirmando que surgirá um mundo novo e um novo templo que será habitado pelo Espírito Santo de Deus. Jesus ilustra bem isto recorrendo às imagens apocalípticas passando a sentenciar de forma profética: “Haverá grandes terremotos, fome e pestes em vários lugares. Vão acontecer coisas pavorosas e grandes sinais do céu”. O que realmente é fundamental nesta mensagem de Jesus, é que ela deve fazer uma ebulição na nossa forma de agir e reagir; isso porque, essa mensagem não é o discurso sobre o “fim do mundo” é sim a constatação sobre o percurso que devemos percorrer, sem esmorecer, até chegarmos à plenitude da nossa história e encontrar o nosso Deus face a face.

Foi ao compreender isso que a minha reação foi minorada e me levou a perceber que essa parte do evangelho tem outra função: Desnudar o sentido da história da salvação, onde, de uma forma contundente, vemos que a meta final para onde Deus nos conduz a um novo céu e a nova terra, onde brota a felicidade plena que foi, é e sempre será consequência daquilo que podemos chamar de “vida definitiva”, que Deus está disposto a nos franquear. Esse quadro deve ser o horizonte; pois, agindo assim, os nossos olhos vão poder contemplar que em cada dia, o Senhor com Seu amor e misericórdia, condene-nos a possibilidade de que a esperança possa nascer em nosso coração. E, é exatamente dessa esperança que vai brotar a coragem para enfrentarmos as todas as adversidades e intempéries, lutando pelo advento do Reino de Deus, hoje aqui e agora.

A implementação do advento do Reino de Deus não se trata de uma caminhada que não nos leva ao aniquilamento, à destruição absoluta nem tampouco ao fracasso total; mas, sim a uma vida nova, plena e pautada nos princípios de Deus; por isso, essa deve ser uma caminhada que devemos percorrer de cabeça erguida, com o coração repleto de alegria e de esperança; uma caminhada eivada de dificuldades, de lutas, de decepções, uma caminhada onde o bem e o mal se confrontarão sem cessar; mas é um percurso aonde o mundo novo irá surgindo a partir do nosso coração. Até porque, caminhar com Jesus é algo incomparável; caminhar com Jesus irá nos fazer, a cada novo dia, encharcar a nossa vida com o amor de Deus e ter a convicção de que “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fl 4,8).

E, isso demonstra, de forma cabal, que não podemos ficar alijados da presença de Deus; não podemos passar nossa vida trabalhando, dormindo, acordando, nos divertindo, comendo, bebendo e vivendo a nossa vida sob uma pseuda normalidade, mas sem fomentar um compromisso direto, forte e perene com a vontade do Senhor para a nossa vida. Afirmo isso por ter no coração a certeza de que somos chamados, ou melhor intimados, para juntos com Jesus e através D’Ele possamos viver no mundo, mas sem ficarmos dissociados do plano que Deus e em plena comunhão com Espírito Santo, onde todos tenham a possibilidade de conhecer e provar das maravilhas que o Senhor tem preparado para Seus filhos e filhas, fazendo a oração que diz: “Querido Deus, que o Teu Espírito Santo possa nos conceda, dia após dia, a sabedoria e direção para conduzir a nossa vida segundo os Teus propósitos; o conhecimento da Tua palavra para que a nossa fé aumente sempre mais e mais, de forma que não deixemos de perseverar nenhum dia sequer. É o que oramos em nome do nosso irmão Jesus. Amém!” E assim juntos bradamos: MARANATA, ORA VEM SENHOR JESUS!!!

Para reflexão

  1. Você consegue identificar alguns dos sinais mencionados por Jesus? Quais?
  2. Como fazer para “fomentar um compromisso direto, forte e perene com a vontade do Senhor”?
  3. Como não ficar dissociado do plano que Deus e viver em plena comunhão com Espírito Santo?