Texto Bíblico: Lucas 6.17-23
17Jesus desceu da montanha com os doze apóstolos, e parou num lugar plano. Estava aí numerosa multidão de seus discípulos com muita gente do povo de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sidônia. 18Foram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos impuros, foram curados. 19Toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos. 20Levantando os olhos para os discípulos, jesus disse: “Felizes de vocês, os pobres, porque o Reino de Deus lhes pertence. 21Felizes de vocês que agora têm fome, porque serão saciados. Felizes de vocês que agora choram, porque hão de rir. 22Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. 23Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas.”
Reflexão
A versão do famoso sermão da montanha, proferido por Jesus, retratada por Lucas, traz no seu bojo, algumas diferenças e nuances daquela revelada por Mateus, senão vejamos: As bem-aventuranças foram pronunciadas em cima da montanha; já Lucas elas (as bem-aventuranças) foram pronunciadas numa planície. Em Mateus Jesus se refere aos “pobres de espírito” ou humildes de coração, enquanto em Lucas Jesus fala simplesmente de “pobres”. Contudo, entendo serem irrelevantes essas diferenças, por isso proponho deixa-las de lado, para focarmos no contexto e na profundidade destas palavras do Senhor que podem a promover uma mudança na nossa essência e transformar a nossa forma de agir e reagir no mundo.
E, faço isso por engrossar o cordão daquelas e daqueles que defendem que através do sermão da montanha (ou sermão da planície), o nosso irmão Jesus apresentou uma nova condição de vida destinada a todos que entendem que suas prioridades devem sempre ter alicerce nos parâmetros eternos; pois, é incontestável que através do sermão da montanha podemos renovar todas as perspectivas da nossa vida e escolher em primeiro lugar as coisas do Reino de Deus, até porque, o sermão da montanha tem, e sempre terá, o condão de transformar o nosso caráter, além de conceder a estupenda oportunidade de sermos instrumentos do Senhor.
Na verdade, ouvindo, decodificando e colocando em prática toda a preleção de Jesus inserida no sermão da montanha poderemos nos transformar em criaturas melhores e fazer da nossa vida um testemunho da maravilha que é caminhar com o Senhor. E, para que tudo isso seja uma realidade, basta perseverar nas determinações reveladas por Jesus no sermão da montanha; basta fazer com que a nossa vida reflita os princípios do Evangelho do Senhor; basta viver sob a tutela da obediência à vontade deste Deus maravilhoso e ao projeto que Ele preparou para cada um de nós. Um projeto que nos transforma em agentes do Senhor.
E, mesmo sem pretender colocar um ponto final na análise das bem-aventuranças reveladas por Jesus (até porque isso é impossível), quero que possamos, juntos, ter em mente que o sermão da montanha traz à tona e realça a indubitável certeza de que a proposta libertadora de Deus não é exclusividade de ninguém; o sermão da montanha revela toda disponibilidade de Deus para derramar o Seu amor sobre àqueles e aquelas que O buscam de todo o coração, concedendo, indiscriminadamente, a Sua graça, bondade e misericórdia.
E por que ter essa certeza é importante? Porque para ser um ou uma bem-aventurada do Senhor é necessário ter, nada mais nada menos, do que a convicção que Deus acolhe todas e todos que buscam ter o coração disponível para receber e pôr em prática os Seus projetos. Isso porque, é através das bem-aventuranças, expostas por Jesus, que recebemos a consciência que a tão sonhada felicidade sempre caminha ao lado da nossa responsabilidade em seguir com a obra do Senhor para nós mesmos e para todos e todas que nos cercam. Porque, é através das bem-aventuranças, descritas no sermão da montanha, que Deus nos franqueia a maior de todas as promessas: Vamos receber D’Ele um conglomerado de bênçãos sem fim.
Como um ou uma bem-aventurada do Senhor precisamos colocar as coisas do Reino de Deus no centro do nosso coração; e, assim, aprender a depender D’Ele e somente D’Ele; pois, só é um ou uma bem-aventurada quem crer que Deus é a única fonte para o suprimento das nossas necessidades e, por isso, não andam ansiosos com suas vidas; e, assim, podem experimentar toda a alegria e paz que advém do coração de Deus, tornando-se misericordiosos e compassivos. Só é um ou uma bem-aventurada quem consegue fazer ao próximo àquilo que desejariam receber. Simples assim!
Por essas razões, e tantas outras, que o sermão da montanha é totalmente revolucionário, até subversivo; e, tem como atributo maior nos levar, verdadeiramente, a oração que diz: “Querido Deus, abençoa-nos para que possamos receber de Ti a alcunha de bem-aventuradas e bem-aventurados. Ajuda-nos, oh terno Senhor a sermos responsáveis, íntegros e fiéis a missão que nos confiaste, de maneira que as pessoas possam Te ver através das nossas ações e reações. É o que Te pedimos em nome do nosso irmão e Teu Filho Jesus. Amém!”
Para Reflexão
- Eu consigo me viver sob a tutela da obediência à vontade de Deus?
- Como fazer para viver e divulgar que vamos receber de Deus um conglomerado de bênçãos sem fim?
- Olhando para minha vida, para minhas ações e reações, eu me considero bem-aventurado (a) do Senhor?