Ver e viver sobre a prática do exercício de amor

Texto Bíblico: Lucas 6.27-31, 35-36

27Mas, eu digo a vocês que me escutam: amem os seus inimigos, e façam o bem aos que odeiam vocês. 28Desejem o bem aos que os amaldiçoam, e rezem por aqueles que caluniam vocês. 29Se alguém lhe dá um tapa numa face, ofereça também a outra; se alguém lhe toma o manto, deixe que leve também a túnica. 30Dê a quem lhe pede e, se alguém tira o que é de você, não peça que devolva. 31O que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles. 35Ao contrário, amem os inimigos, façam o bem e emprestem, sem esperar coisa alguma em troca. Então, a recompensa de vocês será grande, e vocês serão filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e maus. 36Sejam misericordiosos, como também o Pai de vocês é misericordioso.

Reflexão

O relato acima nos leva a uma estupenda realidade: Jesus apresentando um novo mandamento quando afirma “amem os seus inimigos, e façam o bem aos que odeiam vocês”. Essa afirmação, que pode parecer ilógica, mas não é; ela tem fundamento nas palavras que encontramos no livro do Deuteronômio, onde é revelada a reapresentação e adaptação da Lei em vista da chegada à Terra Prometida: “Vejam que hoje ponho diante de vocês vida e prosperidade, ou morte e destruição. Pois hoje ordeno a vocês que amem o Senhor, o seu Deus, andem nos seus caminhos e guardem os seus mandamentos, decretos e ordenanças; então vocês terão vida e aumentarão em número, e o Senhor, o seu Deus, os abençoará na terra em que vocês estão entrando para dela tomar posse.” (Dt 30, 15 e 16).

Defendo que essas palavras de Jesus têm como objetivo mor que todos possam constatar que por mais correta e justa que seja, a lei, os preceitos do que fazer e não fazer ou a bandeira da inclusividade e acolhimento, estes não podem impedir o agir de Deus na vida dos que carecem da Sua graça, esta deve ser também a nossa direção. Não importa quem seja a pessoa ou quão impossível seja acreditar que Deus possa Se manifestar na sua vida; precisamos crer que o agir de Deus pode modificar a essência e transformar a sua forma de agir e reagir no mundo, sob pena, de estarmos pondo obstáculos ao agir do Senhor.

Digo isso, por causa da nossa limitação em ver, em conhecer e crer no atuar do Senhor, independentemente do que fomos ou do que somos, ai começar a pôr limites em fazer o bem, em salvar vidas e promover o encontro de todas as pessoas com a graça, o amor e a misericórdia de Deus. E, renegamos uma grade verdade: A lei, os preceitos, a inclusividade e o acolhimento devem expressar o amor de Deus. É por isso que Deus nos convida a adorá-LO acima de qualquer coisa, até porque ao convergir tudo para o Senhor, terminamos por encontrar a nós mesmos. Portanto, nosso convite, para não dizer intimação, é buscar a Deus de forma profunda e acima de qualquer coisa, vivendo sob a tutela vontade deste Deus que nos desafia, diuturnamente, a um exercício diário de amor; um exercício que nos ensina a viver; um exercício que nos concede uma liberdade de alma incomparável e nos liberta de nós mesmos.

Na verdade, este exercício de amor muda a forma como nos relacionamos com as pessoas; este um exercício de amor ressalta àquilo que temos em nosso coração. Este novo mandamento fomenta uma nova relação com o próximo baseado no amor altruísta. Um amor que não espera retorno e nem retribuições para praticá-lo. Este exercício de amor destaca, ressalta e traz à tona que apenas aqueles que são cheios do inconfundível amor de Deus, podem colocar em prática a premissa levantada por Jesus e retratada por Lucas. E, isso faz uma mega, plus, blaster diferença na nossa vida. E você sabe por quê? Porque quando amamos nosso próximo desta forma, as bênçãos de Deus são abundantemente derramadas sobre nós; mas não para pôr ai, as bênçãos de Deus também alcançam aqueles que estão ao nosso redor.

É Assim que Jesus ressalta dois pontos distintos da personalidade de Deus: O primeiro é que é necessário reconhecer que somente Deus é capaz de provocar inúmeras alterações na vida daqueles que entram em contato com Ele. E, o segundo é que o Senhor nos convida, insistentemente, a anunciarmos os Seus preceitos e nos engajarmos plenamente na Sua obra modificadora; e, para isso é necessário viver as palavras de Jesus que afirma “amem os seus inimigos, e façam o bem aos que odeiam vocês”. Mas, para que isso seja uma realidade na nossa vida, devemos buscar em Deus, de uma forma mais intensa, todo o auxílio necessário para que possamos superar todas as tribulações da vida, vivendo a certeza de que nada e ninguém “poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus” (Rm 8,39); é por isso que somos instigados a viver a maior de todas as certezas de que “agindo Deus quem poderá impedir?” (Is 43,13), que nos leva a fazer a oração que diz: “Pai amado, perdoa-nos quando não compreendemos as consequências de caminhar Contigo, quando fugimos da vida que nos propõe e buscamos sempre o alívio imediato de nossas próprias dificuldades. Não nos deixe esquecer do Getsêmani, da cruz e, principalmente, do túmulo vazio, pois eles valorizam todas as bênçãos que Tu nos prometestes. É o que Te pedimos em nome de Jesus. Amém!”

Para Reflexão

  1. O que devo fazer para convergir tudo para o Senhor?
  2. Como implementar o exercício diário de amor, que nos concede uma liberdade de alma incomparável?
  3. Tenho a convicção e que nada “poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus”? por quê?