Publicado em por paroquia

As tribulações e tentações nos aproximam do trono da graça

Texto Bíblico: Lucas 4.1-4

1Repleto do Espírito Santo, Jesus voltou do rio Jordão, e era conduzido pelo Espírito através do deserto. 2Aí ele foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada nesses dias e, depois disso, sentiu fome. 3Então o diabo disse a Jesus: ‘Se tu és Filho de Deus, manda que essa pedra se torne pão’. 4Jesus respondeu: ‘A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’.

Reflexão

Observando as nuances do relato de Lucas é interessante notar toda a sistemática de como Jesus foi provocado. Esse texto me fez lembrar de Martinho Lutero, que certa vez disse o seguinte: “Você não pode impedir que os passarinhos sobrevoem a sua cabeça, mas pode impedi-los de fazerem ninhos”. E, olhando tudo que Jesus passou digo sem medo de errar que existe algo em nossas vidas que é certo: Vamos ter tribulações, angústias e muitas e tentações!

Não importa se você é cristão ou não; não importa se você acredita ou não, mais dia menos dia, você terá de encarar esses momentos de frente. Por isso, devemos ter consciência de que vamos ter muitas aflições, vários problemas, algumas doenças, inúmeros desapontamentos, uma infinidade de injustiças e milhares de outras situações, que poderão trazer à tona o quanto somos fracos, vacilantes e repletos de contradições. E, aí o que vai fazer diferença não é a dimensão das tribulações, mas o tamanho da intimidade que você tem com Deus.

E, você sabe por que as tribulações acontecem? A resposta foi dada pelo Apóstolo Paulo, guiado pelo Espírito Santo, quando afirmou na sua carta aos Romanos: “a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,3-5).

É por conta das palavras de Paulo que a grande questão não é porque as tentações e as tribulações acontecem, mas como reagiremos a elas e a fórmula que usamos para superá-las. Por isso, hoje, início da quaresma, afirmo que foi no deserto que Jesus pode tomar a decisão de resistir às tentações e as tribulações, assumindo, definitivamente, o motivo da Sua vinda ao mundo: Restaurar a nossa aliança perdida com Deus, mas para isso Jesus teria que passar pela cruz do calvário.

Portanto, se você hoje está no deserto envolto em tentações e tribulações, sabe o que você deve fazer? Dê graças a Deus por isso! Porque é no deserto que você, tomando o exemplo de Jesus, pode aprender a vencer as tentações e as tribulações e angústias da vida! É no deserto, através da oração, que Jesus nos anima a permanecer firmes, pois somente com Ele venceremos todas as dificuldades. Jesus faz isso porque “como nós, passou por todo tipo de tentação, mas sem pecado!” (Hb 4,15).

Olhando a inconteste vitória do Senhor sobre às tentações e as tribulações que quero lhe dizer que só teremos sucesso sobre elas tomando quatro atitudes: 1ª Reconhecer – Enquanto nós não enfrentarmos as tentações e tribulações de frente, reconhecendo o prejuízo que elas nos causam, nunca conseguiremos vencê-las. 2ª Rejeitar – Não podemos permitir que os pássaros façam ninho sobre a nossa cabeça. Ou seja, não podemos deixar que as tentações e as tribulações tomem forma e se apoderem da nossa vida. Devemos lidar com as tentações e as tribulações do mesmo jeito que lidamos com uma cobra venenosa, sabendo o perigo que representa. 3ª Arrependa-se – Muita gente não procura Deus depois de cair em tentação ou sucumbir às tribulações, por acreditar que Deus está decepcionado e que não nos ama mais. Este é o maior engano que podemos cometer na nossa busca de intimidade com Deus. E a 4ª Aprender – Reflita sobre como você enfrentou as tentações e as tribulações, de modo a estar sempre preparado para as próximas. Esse é o melhor indicador de performance que existe; quanto mais intimidade com Deus mais você aprende e passa a refletir sobre as consequências das tentações e das tribulações.

Diante disso quero lhe dizer que não podemos nunca cair no engano de nos acharmos que somos fortes, pois, assim, seremos mais vulneráveis as tentações e as tribulações. E, também não podemos esquecer que Deus nos ama, quer nos perdoar e nos receber de volta. O único pecado que Deus não perdoa é a recusar deliberada em receber o Seu perdão. Então, para vencer as tentações e as tribulações devemos admitir nossa fraqueza, tentar resistir a elas; e, se cairmos, devemos nos arrepender, confessar para somente assim recebermos o perdão de Deus que nos leva, invariavelmente, a fazer a seguinte oração: “Querido Deus, concede-nos forças para que não caiamos em tentação. Mas se cairmos Senhor, que o Teu Espírito revele o nosso pecado, para que possamos nos arrepender e buscar a Tua presença novamente. Que a semelhança de Jesus, possamos resistir às tentações e viver uma vida que possamos Te honrar para todo o sempre. É o que te pedimos em nome do nosso amado irmão Jesus Cristo. Amém!”

Para Reflexão

  1. Consigo constar que preciso caminhar com o Senhor independente das circunstâncias?
  2. O que devo fazer ou deixar de fazer para que possa caminhar com o Senhor?
  3. Como posso, diante das tribulações e tentações, aumentar a minha intimidade com Deus?
    3½. Como fazer para colocar no meu dia o RRAA? (reconhecer, rejeitar, arrepender e aprender)