Uma devoção para acolher e divulgar o amor de Deus

Texto Bíblico: Lucas 10.38-42

38Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. 39Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. 40Marta estava ocupada com muitos afazeres. Aproximou-se e falou: ‘Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!’ 41O Senhor, porém, respondeu: ‘Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; 42porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada’”.

Reflexão

Constatamos na última semana que a prática e a ética cristã estão fundadas no amor; mas não é qualquer amor, é o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Jesus nos amou. É, por isso que cada um de nós deve amar, exatamente, como Jesus nos amou! E só isso basta! Diante desta necessidade, hoje vamos tratar da etapa seguinte: A oração e a ação, em conjunto ou separadamente. Essa minha proposta é porque a oração e a ação, depois do amor, são temas dominantes desde o início do Ministério de Jesus, trazendo à tona a certeza de que Deus nos envia como os Seus agentes ao mundo para fazer a diferença; mas não segundo os padrões do mundo, e sim como verdadeiros “embaixadores em nome de Cristo”, delegando a cada um de nós “o ministério da reconciliação” (II Cor 5,20).

Reforço que para ser um agente do Senhor significa acolher a Deus; mas, neste acolhimento não devemos embarcar num ativismo desenfreado; até porque, é tola e vã qualquer ação em nome do Senhor que não entregue a Ele, com humilde reverência, toda glória que só a Ele pertence. E, isso demonstra que antes, durante e depois de agir, devemos procurar sentar-se aos pés do Senhor, escutar as Suas propostas, acolher a Sua Palavra e adorá-LO em espírito e em verdade; agindo assim, poderemos nos afastar de uma preocupação maior com a obra do Senhor do que com o Senhor da obra!

Isso fica muito emblemático nos exemplos de Marta e Maria, que não se sabe se eram irmãs ou primas; isso porque, há uma dúvida quanto ao real parentesco das duas, porque no hebraico não existe a palavra “primo”, então “irmão” e “irmã” são usados para designar primos e outros parentes. Marta e Maria são, provavelmente, as irmãs ou primas de Lázaro, amigo de Jesus. Lazaro, era que que se chamava “gael”, aquele membro da família, que pela tradição judaica, por ser o parente próximo era o responsável por cuidar das mulheres da família que não eram casadas. Neste caso, Lazaro era o gael de Marta e Maria.

Voltando ao comportamento dispare de Marta e Maria: Marta corria de um lado para o outro, fazendo boas coisas para o Senhor; já Maria quedava-se aos pés de Jesus! Marta, com seu ativismo, ficou aborrecida e reclamou de Maria; Jesus prontamente respondeu: “Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada”. A resposta de Jesus a certeza de que Deus está mais interessado no que somos do que naquilo que fazemos, revelando que não impressionamos ao nosso Deus com a quantidade de trabalho, performance ou resultados quantitativos; porque todos esses indicadores são importantes, mas relativos; o que realmente é absoluto para Deus é que possamos manter no coração um louvor autêntico, buscando coerência entre o que falamos e o que fazemos; fugindo da teoria proclamada que nos impede de viver e apregoar de forma ampla e irrestrita todo o espectro revelado pelo Evangelho de Jesus.

Precisamos, diuturnamente, buscar fomentar no coração uma devoção apaixonada e humilde com Deus; devemos lembrar que o Apóstolo João tinha o hábito de recostar a cabeça no peito do Senhor Jesus, e, não foi por acaso, que João foi o único dos 12 que no Calvário ficou aos pés da Cruz do Senhor, enquanto todos os demais fugiram amedrontados. E, isso demonstra que urge que sejamos mais devotos do que ativistas na caminhada para divulgar o projeto de Deus que restaura vidas e resgata corações.

Robert McCheynne, ministro da Igreja da Escócia no século XIX, sob a tutela do Espírito Santo, afirmou: “O mundo está para ver o que Deus pode fazer com, através e por um homem santo”! Esta deve ser a sede maior da nossa alma, o foco da nossa caminhada e o combustível que nos leva a fazer a seguinte oração: “Pai querido abençoa-nos com coragem e ousadia para que sempre tenhamos a oportunidade de Te honrar, oh amado Senhor. Que o nosso coração, mente, lábios, pernas e mãos estejam sempre prontos para testemunhar a nossa entrega e a nossa servidão aos Teus projetos, para buscarmos uma devoção apaixonada e humilde. É o que te pedimos em nome do mano Jesus. Amém!”

Para reflexão

  1. Concordo com a afirmação de que para ser um agente do Senhor significa acolher a Deus? Por quê?
  2. O que entendo pela afirmação: “manter no coração um louvor autêntico”?
  3. Na minha opinião em que consiste o espectro revelado pelo Evangelho de Jesus?