“O mundo está chamando os líderes de fé a usarem seu poder para a justiça dos excluídos e discriminados e para o explorado planeta terra”, disse a Dra. Isabel Apawo Phiri, Secretária-Geral Adjunta do Conselho Mundial de Igrejas (WCC).
“De especial preocupação para nós hoje… um fenômeno global, é quando a violência baseada no gênero acontece em nossas próprias igrejas e casas”, disse a Dra. Phiri, que dialogava sobre a justiça de gênero com o teólogo indiano Rev. Dr. Philip Vinod Peacock. Suas apresentações, sobre justiça nas experiências da África e Ásia, aconteceu no Conselho Geral da Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas (WCRC), em reunião na cidade alemã de Leipzig.“Violência sexual e de qualquer outra forma contra as minorias e grupos marginalizados de pessoas é sobre poder e controle”, disse Dra. Phiri, que é responsável do testemunho público e diaconia no WCC, e ex-teóloga acadêmica na África do Sul a partir do Malawi.
“A época de normalizar a opressão das minorias em nossas igrejas terminou”, disse ela. “Agora nós estamos liderando pelo exemplo ao proteger aqueles que não são capazes de falar por si mesmos ou aqueles cujas vozes não são escutadas. Deixem suas vozes serem escutadas em seus países e nos espaços internacionais enquanto você fala por justiça”.
Campanhas como a “Thursdays in Black”, comentado neste Conselho Geral do WCRC, são símbolos importantes de solidariedade para o fim de qualquer violência na igreja e sociedade, observou ela. Elas são, disse Dra. Phiri, um exemplo de recusa em se juntar a uma conspiração de silêncio sobre a violência sexual e baseada no gênero na igreja e nas casas cristãs.
Em um mundo marcado pela injustiça e discriminação, as igrejas precisam reconhecer como elas se entrelaçam com as estruturas de poder, se elas forem promover a justiça e solidariedade, afirmou a Dra. Phiri. A ex-diretora do Centro para Teologia Construtiva na Universidade de KwaZulu Natal, em Pietermaritzburg, disse que a opressão de gênero permeia todos os setores da vida e interage com outras formas de opressão, como de classe, raça, etnia, idade e orientação sexual.
“Violência sexual e de qualquer outra forma contra as minorias e grupos marginalizados de pessoas é sobre poder e controle”, disse a Dra. Phiri. O tráfico humano está aumentando, disse ela, e muitas crianças e mulheres migrantes e refugiadas enfrentam violência sexual e de gênero nos campos, em seus caminhos para os novos países.
“Enquanto a mensagem do Evangelho é sobre a inclusividade, enquanto comunidades de fé, nós não estamos falando alto o suficiente para o fim do assassínio de pessoas com base em suas orientações sexuais”, disse ela.
Publicado em 10/07/2017 no site Anglican Communion News Service.