Líderes de igrejas anglicanas no leste asiático expressaram seu arrependimento por não desempenharem um “papel adequado” no conflito coreano. O comentário foi feito em um comunicado emitido ao final da reunião deste ano do Conselho da Igreja no Leste Asiático (Council of the Church in East Asia – CCEA) – que une províncias anglicanas do sudeste asiático, Myanmar, Hong Kong, Japão, Coréia, Filipinas e Taiwan (uma diocese da Igreja Episcopal dos Estados Unidos) com a Igreja Anglicana da Austrália e Igreja Independente das Filipinas. Elas se reuniram no Observatório Ganghwa da Paz, que se encontra na fronteira de facto entre a Coreia do Norte e do Sul.
“Primeiro, nós nos arrependemos que a Igreja não tenha desempenhado um papel adequado”, disse o Arcebispo Moon Hing, Bispo do Oeste da Malásia, Primaz do Sudeste Asiático e presidente do CCEA. “Apesar de ter a missão de servir de construtora da paz, nós confessamos que algumas vezes a defendemos do lado das pessoas de um lado da divisão, e nós humildemente nos arrependemos”.
O Arcebispo disse no comunicado que “nós avidamente esperamos pela vontade de Deus para o estabelecimento da paz na península coreana, e, ao mesmo tempo, apelamos aos líderes da Coreia do Norte e do Sul e aos povos e líderes dos países ao redor da península coreana, inclusive Estados Unidos, Japão, que se coloquem no mesmo local da divisão para o estabelecimento da paz na península coreana”.
Ele disse: “Nós não apoiamos qualquer viés ideológico, mas como apóstolos de Jesus no século XXI, como embaixadores de Deus, que tem se encarregado de promover a reconciliação e a paz entre os conflitantes. A paz é um valor universal que a humanidade deveria compartilhar. Esperar a co-prosperidade da humanidade sem a paz é delirante e falso”.
“Em vários locais do mundo de hoje, muitas pessoas estão sofrendo pela guerra, terror e violência, conflitos entre grupos étnicos e religiosos, destruição ambiental e aquecimento global, o colapso da moralidade, desigualdade econômica, abuso infantil e da mulher e discriminação, fetichismo. Por causa disto muitas pessoas estão sofrendo e refugiados estão circulando por todos os lugares”.
Ele continuou: “Agora nós precisamos criar uma história nova de verdadeira paz. Além das fronteiras, nós precisamos aprender a vivermos juntos além das diferenças linguísticas. Internacionalmente, recursos e bens precisam ser compartilhados. Justiça, paz, tolerância e reconciliação precisam acontecer. Nós precisamos fortalecer as redes internacionais e reconhecer o valor da coexistência e simbiose na solidariedade”.
“Eu sinceramente espero que o recente encontro entre as duas Coreias e a reunião entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte abram um novo caminho em direção da paz. Nós também apreciamos o fato de que os países vizinhos como a China, Japão e Rússia estão apoiando a paz na península coreana”.
“É nossa sincera esperança que estes esforços cooperem e tenham bons resultados para a completa desnuclearização da península coreana, e eventualmente uma reunificação pacífica se complete”.
Ele expressou a esperança de que “a paz na península coreana se torne na fundação para a paz no leste asiático e no mundo”.
Publicado em 21/09/2018 no site Anglican Communion News Service.