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Um sério incêndio que causou danos devastadores à Catedral de Notre-Dame em Paris tem atraído expressões de solidariedade de líderes anglicanos. A Catedral Católico Romana é vista por muitos franceses como a igreja mãe de seu país. Seus 850 anos de história testemunharam muito dos momentos dramáticos parisienses. Um alarme automático de incêndio soou às 18h20 (horário local) na tarde de segunda-feira, 15 de abril, e a equipe de segurança esvaziou a Catedral. Mas não havia sinal visível de fogo. O alarme soou novamente 20 minutos depois, às 18h43, momento no qual a equipe de segurança da catedral pode ver o fogo.
As chamas rapidamente tomaram conta da Catedral enquanto cenas televisionadas da operação de contenção das chamas eram transmitidas para todo o mundo. Telespectadores de todo o mundo viram a famosa flecha da Notre-Dame – parte icônica do horizonte parisiense – caiu no teto em chamas.
Bombeiros foram elogiados por sua bravura ao protegerem o núcleo do edifício e salvarem obras de arte com valor histórico inestimável. Foram iniciadas investigações sobre as causas do incêndio, mas os procuradores trabalham com a premissa que o fogo teve início acidental.
O presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu reconstruir a catedral nos próximos cinco anos; mas peritos dizem que serão precisos de 10 a 15 anos para se completar os trabalhos.
O vice-presidente da Fundação do Patrimônio Francês (Fondation du Patrimoine), Bertrand de Feydeau, disse que não existem na França árvores grandes o suficiente para reconstruir a grande moldura de madeira da Catedral. Ele disse que o telhado foi construído com vigas de madeira com mais de 300 / 400 anos de idade há mais de 850 anos. “Não existem mais árvores deste tamanho na França”, disse ele à CNN.
O Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, respondeu enquanto o fogo ainda ardia na noite de segunda-feira. Em um tuíte, ele disse: “Nesta noite oramos pelos bombeiros atacando as trágicas chamas em #NotreDame – e por todos na França e além que assistem e choram por este belo, sagrado lugar no qual milhões se encontraram com Jesus Cristo. Nous sommes avec vous. [Nós estamos com vocês]”.
O Arcebispo de York, cuja própria catedral, York Minster, foi severamente danificada em um incêndio em 1984, disse que foram realizadas orações na capela de sua residência oficial, Bishopthorpe, na manhã de terça-feira. “Nossos pensamentos estão com todos aqueles trabalhando incansavelmente me Paris para salvarem o que puderem”, disse.
Ambos Arcebispos pediram para que catedrais e igrejas por toda Inglaterra soassem os sinos por sete minutos às 19h00 na quinta-feira “como marca de solidariedade após o fogo devastador na Catedral de Notre-Dame”. A iniciativa foi proposta pelo embaixador britânico na França, Edward Llewellyn. “Espera-se que muitos participem”, disseram os arcebispos.
O recém-consagrado Bispo Responsável da Convocação de Igrejas Episcopais na Europa, Bispo Mark Edington, uniu-se ao Bispo Presidente da Igreja Episcopal dos Estados Unidos, Michael Curry, e à Deã da Catedral da Santíssima Trindade em Paris, Lucinda Laird, em uma declaração conjunta. “A Igreja Episcopal na Europa, com sua sede na Catedral da Santíssima Trindade em Paris, expressa sua simpatia ao povo de Paris e a todos que sentem a perda imensa desta casa de oração histórica e inestimável”, disseram.
“Estendemos ao Arcebispo Aupetit e a todo seu povo as nossas sinceras condolências e nossa prontidão em oferecer qualquer hospitalidade que possa ajudar a comunidade e congregação da Notre-Dame nesta época mais sagrada de fé que nós compartilhamos. E enviamos nossas orações nesta semana que termina naquilo que sabemos ser a promessa certa e segura da ressurreição para a vida futura e restauração deste monumento da fé cristã”.
O Arquidiácono da França, da Diocese na Europa da Igreja da Inglaterra, Meurig Williams, disse que ele estava “absolutamente devastado pelas cenas de destruição na Notre-Dame de Paris”.
“A comunidade anglicana na França une-se em oração à Diocese de Paris e a seu Arcebispo, Monsenhor Michel Aupetit, ao Monsenhor Patrick Chauvet, reitor da Notre-Dame, e a todos cuja Notre-Dame é sua casa espiritual”, disse ele. “Durante esta Semana Santa, nós acompanharemos nossos irmãos e irmãs católicos, enquanto confrontamos a destruição da crucificação, confiantes que isto nos levará à ressurreição e a uma nova vida. Que a Notre-Dame levante-se mais uma vez para testemunhar o Cristo ressurreto”.
Publicado em 17 de abril de 2019 no site Anglican Communion News Service.