Mulheres anglicanas levam violência doméstica, tráfico de seres humanos e outras questões à ONU

Sede das Nações Unidas na Cidade de Nova Iorque. Crédito da Foto: Multimídia das Nações Unidas / João Araújo Pinto

[ACNS, da Redação] A delegação anglicana para a 64ª Sessão da Comissão das Nações Unidas sobre o Status da Mulher (UNCSW64 por sua sigla em Inglês) instará os Estados a agir em questões como violência doméstica e tráfico de pessoas. A delegação está levantando essas e outras questões para argumentar que meninas e meninos, mulheres e homens devem viver e trabalhar em relacionamentos que refletem amor, dignidade e justiça.

Oito mulheres de toda a Comunhão foram selecionadas pelo Anglican Communion Office (Escritório da Comunhão Anglicana) nas Nações Unidas (ACOUN por sua sigla em inglês) para participar de duas semanas de defesa de direitos, aprendizado e comunhão. A UNCSW64 originalmente seria realizada entre 9 e 20 de março próximos na cidade de Nova York. No entanto, na noite de segunda-feira, a ONU adiou a reunião para data posterior este ano devido ao surto de coronavírus. A delegação da Comunhão Anglicana não viajará para Nova York este mês, mas continuará seu trabalho de defesa de direitos.

Com base em suas experiências, os membros da delegação destacaram várias áreas prioritárias para seu período na UNCSW64. Isso inclui liberdade contra opressão, respeito aos direitos humanos, violência doméstica, assédio sexual, tráfico de seres humanos e reintegração das mães na educação.

Outras áreas prioritárias são mulheres indígenas, saúde sexual e reprodutiva e profissionais de saúde, impacto da mídia em mulheres e meninas, e papel de meninos e homens e mulheres na liderança.

Cada delegada identificou pontos específicos relativos à defesa de direitos para levar à UNCSW64 na esperança de mudar seus estados. Bianca Daébs, sacerdotisa da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, denunciará o aumento da violência contra as mulheres no Brasil. Amal Sarah, da Igreja do Paquistão, advogará contra o assédio sexual de mulheres e homens no Paquistão, e a vergonha que está ligada a isso. Infelizmente, o visto de Amal foi negado e, portanto, ela não poderá se juntar à delegação em Nova York, mas participará à distância.

Navina Thompson, sacerdotisa da Igreja Episcopal em Jerusalém e no Oriente Médio, enfocará o tráfico de pessoas. Martine Dushime, da Igreja Anglicana do Burundi, defenderá as adolescentes e a necessidade de evitar gravidezes precoces. Clare Hendricks, da Igreja Episcopal com sede nos EUA, defenderá mulheres indígenas desaparecidas e assassinadas nos Estados Unidos. Robyn Andréo-Boosey, da Igreja Anglicana da Austrália, pedirá ao governo australiano que invista mais em esforços para equipar as comunidades religiosas para impedir a violência contra as mulheres. Bridie Boyd, da Igreja Anglicana em Aotearoa, Nova Zelândia e Polinésia, se concentrará no impacto negativo que a mídia pode ter sobre meninas e mulheres jovens. A Bispa de Londres, Sarah Mullally, falará sobre mulheres e saúde, escravidão moderna e mulheres na liderança.

Mais informações e notícias sobre a Comunhão Anglicana na UNCSW64 podem ser encontradas no Twitter do ACOUN.

“Atualização: Estamos muito tristes pela notícia que a #CSW64 foi adiada devido ao coronavírus. Estamos orando por todos aqueles que foram impactados. Nós não levaremos nossa delegação para Nova York, mas continuaremos a compartilhar sobre essas questões, e pedimos que você junte-se a nós em oração pela justiça de gênero”. – Comunhão Anglicana na ONU (@AnglicanUN) 3 de março de 2020.

Publicado em 03/03/2020 no site da Anglican Communion News Service.