O selo que comprova a restauração da nossa aliança com Deus

Texto bíblico: Lucas 24, 49-53

49Agora eu lhes enviarei aquele que meu Pai prometeu. Por isso, fiquem esperando na cidade, até que vocês sejam revestidos da força do alto. 50Então Jesus levou os discípulos para fora da cidade, até Betânia. Aí, ergueu as mãos e os abençoou. 51Enquanto os abençoava, afastou-se deles, e foi levado para o céu. 52Eles o adoraram, e depois voltaram para Jerusalém, com grande alegria. 53E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.

Reflexão

No dia da Sua ascensão, Jesus ordenou aos Seus discípulos que fossem e anunciassem a Boa Nova, o Evangelho, conforme a palavra grega que a Bíblia utiliza. É por ser obediente, que diuturnamente, engrosso o cordão daqueles que, utilizando todos os meios que a tecnologia da informação põe ao nosso alcance, faço, com muito orgulho e reverencia, o trabalho de espalhar a Boa Nova pelo mundo. Mas que Boa Nova é essa? Qual é o seu cerne? O Evangelho de Mateus, comumente proclamado na páscoa, responde: “Não fiquem assustadas. Vocês estão procurando Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vejam o lugar onde o puseram” (Mc 18,6). E, Paulo, por sua vez sentencia: “E se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia e também é vazia a fé que vocês têm. Se os mortos não ressuscitam, então somos testemunhas falsas de Deus, pois estamos testemunhando contra Deus, ao dizermos que Deus ressuscitou a Cristo” (1 Co 15,14-15).

E, mesmo só Marcos e Lucas descreverem a ascensão de Jesus, encontramos no Novo Testamento outros relatos que tratam do regresso de Jesus aos céus e o fato D’Ele estar assentado à direita de Deus Pai (At 2,32-36; Rm 8,34; Ap 3,21). É por isso, que durante os últimos quarenta dias nos preparamos, mais uma vez, para viver a Boa Nova, não como uma mera proclamação litúrgica, mas como o combustível capaz de mudar a nossa vida, em decorrência da ascensão do nosso irmão Jesus Cristo; pois ela (a ascensão) é a decorrência natural da ressurreição do Senhor, constituindo-se no selo que comprova, definitivamente, o cumprimento da obra de Jesus que restaurou, de forma perene, a nossa aliança com Deus.

E, isso acontece porque na ascensão encontramos duas indicações que preciso realçar: A primeira é a bênção que Jesus concede aos discípulos antes de ir para junto do Pai e que sugere um dom que vem de Deus e que afeta, positivamente, a vida e a ação daqueles que são capacitados para a missão pela força de Deus. Já a segunda é a alegria dos discípulos, que é um sinal messiânico, indicando que o mundo novo já começou; que o projeto salvador e libertador de Deus está sendo concretizado e que nos leva a exaltar o Senhor.

Para entender a necessidade de exaltar o Senhor na Sua ascensão, devemos tomar as palavras dos teólogos de Westminster que afirmaram: “Cristo foi exaltado na Sua ascensão em ter, depois da Sua ressurreição, aparecido muitas vezes aos Seus Apóstolos e conversado com eles, falando-lhes das coisas pertinentes ao Seu Reino, impondo-lhes o dever de pregarem o Evangelho a todos os povos, e em subir aos mais altos céus, no fim de 40 dias, levando a nossa natureza e, como nosso Cabeça, triunfando sobre os inimigos, para ali, à destra de Deus, receber os dons para os homens, elevar os nossos afetos e aparelhar-nos um lugar onde Ele está e estará até à Sua Segunda Vinda no fim do mundo”!

Por tudo isso, a ascensão de Jesus denota a nossa grande responsabilidade de vivermos como Corpo do Senhor Jesus no mundo, como a Sua Igreja. E, a palavra igreja vem da língua grega Eclésia, o prefixo “ecle” que significa os “chamados para fora”. Segundo afirma Dom Alexandre Ximenes, conduzido pelo Espírito Santo de Deus, a Igreja são todos aqueles chamados para fora do mundo, para fora do sistema, do “estabelechiment”, do “status quo”; chamados para fora desta ordem estabelecida, tida como “normal” e politicamente correta. Até porque, como disse o Rev. John Stott, a Igreja é a contracultura do mundo. Igreja são aqueles que foram chamados, pelo Espírito Santo de Deus, a viver com valores eternos lastreados numa mensagem imortal e sob um único senhorio: O senhorio de Jesus de Nazaré. Porque, a Igreja é o sinal, inconteste da presença D’Ele no mundo e que tem como função mor proclamar, dia após dia, através de palavras, ações e reações, o Evangelho do Senhor Jesus a todas as criaturas. Simples assim!

É a certeza de que nós somos a Igreja do Senhor Jesus que deve nos levar, todos os dias, fazer a oração que diz: “Senhor amado queremos Te pedir a Tua ajuda a revelar a Tua presença neste mundo através de nossas próprias vidas. Que a Tua graça nos envolva de tal forma, que as nossas mãos possam ser por ti adestradas para lutas que enfrentaremos; o nosso coração fortalecido por Tua palavra e a nossa mente seja dirigida pelo Teu Espírito Santo. É o que oramos em nome do nosso irmão mais velho Jesus Cristo. Amém!”

Para Reflexão

  1. Como a certeza que Jesus foi levado ao céu afeta a vida e o agir da Igreja do Senhor?
  2. O que entendo pela afirmação: Devemos “exaltar o Senhor na Sua ascensão”?
  3. Sinto-me parte do projeto de divulgação do Evangelho ao mundo pela Igreja do Senhor Jesus?