O fluxo divino catalisado na Santíssima Trindade

Texto bíblico: Mateus 28, 16-20

16Os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. 17Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. 18Então Jesus se aproximou, e falou: “Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. 19Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, 20e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo”.

Reflexão

A Santíssima Trindade sempre foi algo bem de difícil compreensão, gerando muitas controvérsias, dúvidas e discussões teológicas intermináveis. Foram, são e sempre vão ser inúmeros os questionamentos e ilações das mais variadas, até pela nossa capacidade limitada para entender todo esse fluxo divino que é catalisado por e com a Santíssima Trindade. Por isso, neste curto espaço que temos, eu nem ousaria tentar explicar o que não pode ser explicado. Entretanto, uma das formas para vislumbrar toda a expressão da Santíssima Trindade é através das palavras do apóstolo Paulo: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (II Co 13,14).

Nesta benção apostólica feita por Paulo, nos é permitido tentar ousar na compreensão da Santíssima Trindade, veja o porquê: É nessa benção apostólica onde constatamos que tanto a graça, quanto o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo são franqueados a cada um de nós, de forma individual, direta e determinada. Esses são três sentimentos envolvidos numa mesma ação abençoadora: A graça; o amor e a comunhão de Deus. E, isso demonstra que: É a graça do Senhor que nos concede a possibilidade de sermos redimidos e totalmente restaurados diante de D’Ele. Já é o amor do Senhor que possibilita que a graça alcance cada um de nós e sejamos transformados em novas criaturas. E, por fim, a comunhão com o Senhor que é o resultado do binômio amor e graça. Foi esse binômio que enviou Jesus para que, através D’Ele, pudéssemos ser redimidos dos nossos erros; até julgados, mas nunca condenados.

É esse binômio que nos concede a, estupenda, possibilidade de vivemos em comunhão com Deus por toda a eternidade. Foi por entender isso muito bem que João trouxe a tona uma expressão mais condensada do Evangelho de Jesus, quando afirmou: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Os sinais da presença de Deus no meio de nós estão resumidos nesse único versículo, demonstrando que a graça, que vem de graça, restaura, de forma inconteste, a nossa natureza tendente ao erro; a graça nos redimiu, através da cruz do calvário, não porque mereçamos, mas pelo ato exclusivo da parte de Deus. Já o amor é exatamente aquilo que possibilita toda esta mobilização dos céus em nosso favor. Um amor tão intenso e inigualável, que fez com que o próprio Deus, descesse a terra e cumprisse o mandato de justiça que estava sobre nós.

Caso eu pudesse descrever esta mobilização divina, diria que Deus sentiu saudades de nós e demonstrou que Jesus foi, é e sempre será a expressão máxima da graça e do amor de Deus por nós; Jesus é a maior prova de que Deus desejava restaurar a nossa comunhão com Ele. Foi isso que trouxe Jesus ao mundo, com a missão de restaurar a nossa aliança com o Pai que estava perdida. Jesus foi, é e sempre será o agente de Deus em toda obra da criação, na providência da manifestação divina neste mundo. Jesus foi, é e sempre será o mediador de toda bondade que flui diretamente do coração de Deus e que é franqueada à toda a humanidade; até porque cabe ao Espírito Santo de Deus nos fazer viver o melhor da vida cristã: Uma comunhão de coração e alma, construindo relações baseadas no amor que Jesus colocou em nossos corações.

É isso que todo Novo Testamento revela: Jesus, sendo Filho de Deus, torna-Se o Deus Filho; e, mesmo sendo igual a Deus, converte-Se na segunda pessoa da Trindade; além de demonstrar o grande desejo de Deus em exaltar o Seu Filho como Nosso Senhor e Salvador para que nós pudéssemos ter livre acesso ao coração do Pai. Tai o nosso maior motivo de ações de graças e louvor; é por isso, e muito mais que devemos render nosso louvor e adoração a esse Deus que se expressa ao mundo através da Santíssima Trindade, como sendo o maior exemplo da comunhão perfeita. Que sejamos amigos, companheiros, consoladores, reconciliadores do Senhor neste mundo, para que reconheçam a face D’Ele através das nossas vidas; e, que possamos fazer a oração que diz: “Maravilhoso Deus que possamos tomar parte do Teu glorioso plano de redimir a humanidade através do mano Jesus. Não permita, oh Senhor que nossa incredulidade, preconceito e qualquer outra atitude, possa impedir a manifestação da Santíssima Trindade na nossa vida. É o que oramos em nome dele, o nosso irmão Jesus. Amém!”

Para reflexão

  1. Consigo vislumbrar Jesus Cristo como a expressão da graça de Deus? Por que?
  2. Como fazer para deixar o Espírito Santo de Deus nos fazer viver o melhor da vida cristã?
  3. Eu reconheço a possibilidade de ser redimido e totalmente restaurado diante de Deus?