O fundamento cogente do ministério de Jesus

Texto Bíblico: Marcos 1.21-27

21Foram à cidade de Cafarnaum e, no sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei. 23Nesse momento, estava na sinagoga um homem possuído por um espírito mau, que começou a gritar: 24‘Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!’ 25Jesus ameaçou o espírito mau: ‘Cale-se, e saia dele!’ 26Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu dele. 27Todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: ‘O que é isso? Um ensinamento novo, dado com autoridade… Ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem!”.

Reflexão

Vou inicial nossa conversa com uma pergunta: Caso nós estivéssemos naquela Sinagoga de Cafarnaum, qual seria nossa reação ao ver Jesus agindo? E, pergunto isso primeiro pela necessidade de nos posicionarmos diante da ação direta do Poder de Deus; e, depois porque todas às vezes que me deparo com essa parte do Evangelho de Marcos, duas reações acontecem quase que imediatamente:

A primeira é que consigo verificar, nas entrelinhas, todo o temor das pessoas e principalmente dos sacerdotes com a pujante demonstração da autoridade divina feita por Jesus, revelando, naquele lugar, que nada e nem ninguém poderia resistir ao poder que estava inserido na Sua palavra e nas Suas ações; nem mesmo os “espíritos maus”. Já a segunda reação me leva a classificar esse momento como a expressão maior do fundamento cogente do Ministério de Jesus (cogente é aquilo que se determina como extremamente necessário e indispensável); e, digo isso porque Jesus exercendo toda a Sua autoridade, sem meias palavras ou panos mornos, determina e o “espírito mau” obedece. Simples assim! Foi através deste binômio que Jesus colocou em xeque todo o “status quo” religioso da Sua época.

E, esses acontecimentos, certamente, levaram o Apóstolo Paulo a retratar, a maior de todas as verdades, quando afirmou que “Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fl 2,9-11). Esse relato de Paulo revela todo o caminho que levou o Senhor a divulgar o amor de Deus e não só naquela Sinagoga em Cafarnaum: Jesus saiu do daquele deserto com toda a autoridade com a qual Deus O havia ungido, através do Espírito Santo, no Seu batismo; a Ele foi concedido todo o poder tanto nos céus como na terra. E, isso demonstra que tanto naqueles dias, quando ainda hoje, nada pode subjugar o agir de Jesus; nenhum poder, nenhuma potestade ou principado (que na Bíblia, dependendo do contexto, podem ser líderes políticos ou espirituais), nem coisas que foram feitas ou que ainda serão criadas, nada pode impedir o agir de Deus na nossa vida quando clamamos o Seu nome, como afirmou Isaias (Is 14,27).

E, isso acontece porque Deus nos criou à Sua imagem e semelhança (Gn 1,26). As palavras “imagem” e “semelhança” tanto no hebraico (antigo testamento) quanto no grego (novo testamento) tem o mesmo significado: “Padrão, forma, semelhança e aparência”. Ou seja, nós fomos criados com os atributos, santidade, amor, alegria, paz de Deus; por isso, a vontade D’Ele é que possamos receber e replicar tudo isso, através do Ministério de Jesus. É exatamente por conta dessa maravilhosa possibilidade que Jesus nos envia para sermos as Suas testemunhas neste mundo, com a mesma autoridade que Ele teve, tem e sempre terá; e, ao compartilhar conosco a Sua autoridade divina, Jesus revela que a graça de Deus nos é oferecida diariamente; e, a nós resta buscá-la para que possamos adorá-LO em espírito e em verdade.

Mas, para que isso seja uma realidade palpável, precisamos nos entregar de corpo, alma e espírito na maravilhosa aventura que Deus nos instiga, todos os dias, a viver. E, aí só me resta perguntar: O Senhor pode efetivamente contar com você? Você está disponível para Ele? E, espero de todo o meu coração que suas respostas estejam contidas nesta oração: “Deus querido, perdoa a nossa falta de fé e a pouca disposição em Te servir. Desejamos as Tuas bênçãos, mas não queremos pagar o preço de Te seguir. Limitamos a Tua graça e agir, apenas permitindo que Tu tenhas autoridade sobre poucas coisas que trazem influência parcial e reduzida no nosso viver. Ajuda-nos, porque precisamos de Ti. É o que oramos em nome D’Aquele que tem a Tua autoridade, o nosso irmão mais velho Jesus Cristo. Amém!”.

Para reflexão

1) Consigo me ver inserido no binômio apresentado por Jesus para exercer o poder de Deus?
2) Qual é a minha percepção diante da ação direta do Poder de Deus? Passiva ou ativa?
3) Concedo, independente do contexto, a possibilidade para Deus agir livremente na minha vida?