O que o Senhor deve ser para cada um de nós

Texto Bíblico: João 6.24, 28, 32-35

24Quando a multidão viu que nem Jesus nem os discípulos estavam aí, as pessoas subiram nas barcas e foram procurar Jesus em Cafarnaum. 28Então eles perguntaram: ‘O que é que devemos fazer para realizar as obras de Deus?’ 32Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: Moisés não deu para vocês o pão que veio do céu. É o meu Pai quem dá para vocês o verdadeiro pão que vem do céu, 33porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo’. 34Então eles pediram: ‘Senhor, dá-nos sempre desse pão’. 35Jesus disse: ‘Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede’.

Reflexão

Na transcrição de João acima vemos, com todas as letras e tintas Jesus afirmar que Ele é “o pão da vida”. Mas, Jesus não parou por aí, logo em seguida, continuando o Seu discurso, sentencia, de forma contundente e bem direta: “Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede”. Observando essas declarações não posso me esquivar de defendo, enfaticamente, que elas demonstram aquilo que o Senhor Jesus realmente é; mas, também o que Ele deve ser para cada um de nós.

Com essas palavras Jesus desnuda toda a Sua verdadeira identidade e essência do Seu ser, como o verdadeiro dom de Deus; ou melhor, como o pão de Deus; por isso que Ele afirma: “É o meu Pai quem dá para vocês o verdadeiro pão que vem do céu, porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. Assim, Jesus mais uma vez define a Si próprio e reafirma veementemente a Sua identidade de filho de Deus; de Conselheiro Maravilhoso, Deus Forte, de Pai para sempre e Príncipe da Paz, como afirmou o profeta Isaias; na verdade, Jesus se autodefine e completa: “Eu sou o caminho a verdade e a vida” (Jo 14,6);

É por conta dessas sentenças que considero esse como o maior de todos os discursos de Jesus; e, para melhorar a nossa compreensão, divido em duas partes: Na primeira, que inclui o texto de hoje, onde encontramos a revelação e todo o ensinamento de Jesus. Já na segunda parte é relatada a primeira ceia, onde foi instituída a eucaristia. Muitos chamam o momento de instituição da eucaristia como “última ceia”; eu prefiro chamar de “primeira ceia”, porque aquele foi o momento inicial em que Jesus nos entregou o Seu copo e Sangue. Foi por conta de importância desse momento que João combinou “o pão do céu” com o elemento material eucarístico da Ceia do Senhor. E, esse fato explica a ausência do relato da instituição da eucaristia no Evangelho de João; pois, todo o conteúdo básico e programático da eucaristia, em todos os seus pontos, nuances e aspectos estão devidamente postos nos versículos descritos acima.

As contundentes palavras de Jesus fazem (ou deveriam fazer) toda a diferença na nossa forma de ver e viver no mundo, além de nos ajudar a absorver as Suas respostas e nos fazer lembrar que o Senhor Jesus também revela outra grande verdade: “Quem acredita em mim, tem a vida eterna” (Jo 6,47) e ponto. Mas, “acreditar” não é simplesmente aceitar que Jesus existiu, conhecer bem toda a Sua doutrina e nem tampouco elaborar altas considerações ou tratados teológicos a propósito da Sua mensagem. Acreditar é aderir, de fato e de direito, a vida que Jesus nos propõe hoje e viver com e através D’Ele na manutenção constante dos Seus projetos, seguindo o Senhor naquilo que podemos chamar de caminho do amor e do dom da vida. Gostou?

“Quem acredita em mim, tem a vida eterna” (Jo 6,47) é, foi e sempre será a grande promessa de Deus para nossa vida; promessa que é ratificada pela certeza de que Jesus é o Messias enviado para restaurar a nossa aliança com o Pai; por isso, não podemos, sob nenhum aspecto, excluir essa inconteste origem divina de Jesus, até porque é Ele, e somente Ele quem, à semelhança de Moisés, dará ao Seu povo (todos nós) o pão da vida. Mas, antes de recebermos o Pão da Vida, somos nominalmente convidados por Deus a uma nova forma de viver quando afirma: “Felizes os convidados para a ceia do Senhor!”. E, em seguida, o Senhor nos pede que façamos um ato de fé: “Dizei uma palavra e serei salvo!” (Mt 8,8). E, para que possamos crer faz-se necessário fomentar a confiança nas palavras de Jesus e nas Suas ações e reações; pois, aquele que tem confiança no Senhor, aquele que espera no Senhor, sabe que não ficará decepcionado.

O desejo de Jesus é que possamos viver plenamente, indo ao encontro D’Ele para constatarmos que a Sua palavra é o único alimento que nos faz ficar plenamente saciados e possamos viver através D’Ele, por Ele e com Ele, para que a nossa caminhada ganhe um novo sentido, os nossos gestos possam gerar vida, as nossas palavras possam exprimir a ternura, o nosso testemunho de vida seja lastreado numa relação de paternidade fraternal e nos leve a orar dizendo: “Deus e Pai mui amado, não há na terra, por mais que nos alegre, nada que possa nos satisfazer plenamente. Somente em Ti Senhor podemos satisfazer os desejos do nosso coração. Por isso somos eternamente gratos; e, por conta dessa gratidão pedimos a Tua ajuda para saciarmos a nossa fome e a nossa sede da Tua presença. É o que Te pedimos em nome do mano Jesus. Amém!”

Para reflexão

  1. O que Deus é e deve ser para cada um de nós?
  2. Como fazer para aderir, de fato e de direito, a vida e os projetos que Jesus nos propõe?
  3. O que fazer para divulgar identidade e essência de Jesus?