Viver a vida sob a égide da comunhão permanente com o Senhor

Texto Bíblico: Lucas 6.46-49

46‘Porque vocês me chamam: ‘Senhor! Senhor!’, e não fazem o que eu digo? 47Vou mostrar a vocês com quem se parece todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática. 48É semelhante a um homem que construiu uma casa: cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a enxurrada bateu contra a casa, mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída. 49Aquele que ouve e não põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa sobre a terra, sem alicerce. A enxurrada bateu contra a casa, e ela imediatamente desabou; e foi grande a ruína dessa casa”.

Reflexão

Através das duras, enfáticas e incisivas palavras reveladas por Lucas, Jesus, de forma energética e bem didática, revela a necessidade de seguirmos os ensinamentos postos no Seu Evangelho e as usa para encerrar o maior discurso da vida cristã, o Sermão da Montanha. Com essas palavras Jesus concede, ainda, todas as diretrizes básicas para que possamos melhorar a nossa forma de ver e viver no mundo, dividido Seus ouvintes em dois grupos distintos, quando usando a licença poética o Senhor compara um homem prudente, que edifica a sua casa sobre a rocha; com um insensato, que edifica a sua casa sobre a areia. E, questiona Seus ouvintes: “Porque vocês me chamam: ‘Senhor! Senhor!’, e não fazem o que eu digo?”.

Quero confessar que desde criança quando ouvia essa passagem seja no Evangelho de Lucas ou de Mateus (Mt 7.24-27) sempre lembrava de um conto de fadas bem conhecido, cujas primeiras edições datam do século XVIII, que relata a saga de três personagens Cícero, Horácio e Prático ou Fifer Pig, Fiddler Pig e Edmund Pig em inglês. O conto de fadas chama-se “Os três porquinhos” e relata a história de três porquinhos que ao decidirem sair da casa da sua mãe (em algumas versões, da casa da avó), cada um resolve construir a sua própria casa: Cícero, o mais preguiçoso, não queria perder tempo e construiu sua casa de palha; Heitor construiu sua casa de madeira. Já o Prático optou por uma casa mais bem estruturada, construindo com cimento e tijolos, perdendo muito tempo e sendo ridicularizado pelos outros. Mas, quando chega o “lobo mau” (e, na vida sempre há um “lobo mau”) com um sopro derruba a casa de palha, com outro sopro maior derruba a casa de madeira; porém, por mais que tente não conseguiu derrubar a casa de tijolos do Prático.

Meditando sobre o tema, conclui que o conto de fadas encontramos dois porquinhos insensatos e apenas um sensato; essa constatação revela, abstraindo uma análise cartesiana, que a grande maioria das pessoas (2/3) são insensatas que mesmo não pensando em construir alguma coisa perene, fazem sem preparar uma base sólida. Olhado mais a fundo esse conto de fadas, nele mostra que o elemento essencial na mensagem do Senhor hoje para a nossa vida: Somos convocados a manter uma vida de coerência com a Palavra de Deus. É através uma vida de coerência com a Palavra de Deus que o Senhor Jesus nos apresenta a fórmula para alcançar à tão sonhada felicidade. Fácil não?

E, como muitos não conseguem visualizar bem o que consiste em “fazer a vontade de Deus”, vou usar a minha prerrogativa e tentar explicar sem complicar muito: O Ministério de Jesus revela, de forma inconteste, que fazer a vontade de Deus não é somente portar-se bem ou mal, fazer ou não isso ou aquilo; fazer a vontade de Deus é procurar, dia após dia, diante de tudo que nos acontece, procurar agir e reagir sempre observando os parâmetros pelo Senhor apresentados, só que não pelas nossas próprias forças; mas, vivendo sob a tutela permanente do Espírito Santo.

E, isso demonstra que aqueles e aquelas que pensam que Deus espera que nos portemos bem e nada mais, afirmo que estão completamente enganados. Deus quer que nos portemos bem, sim; mas Ele também espera que possamos construir a nossa casa de tijolos sobre a rocha; e, para isso devemos utilizar o único método que pode validar essa nossa decisão: A comunhão, a dependência e o relacionamento com o nosso bom e terno Deus. Ou seja, precisamos viver nossa vida sob a égide de uma comunhão permanente com o Pai; pois, somente assim faremos a vontade de Deus e poderemos tomar como nossas as instigante e assertivas palavras do Profeta Isaías quando afirmou: “Confiem para sempre no Senhor, pois o Senhor, somente o Senhor, é a Rocha eterna” (Is 26.4).

Deus promete, através de Isaias e do Ministério de Jesus que, mesmo com problemas, angústias e decepções podemos N’Ele confiar e afirmar: “Venham! Cantemos ao Senhor com alegria! Aclamemos a Rocha da nossa salvação” (Sl 95.1); pois, somente assim poderemos orar dizendo: “Querido Deus, olhando para as lições trazidas pelo nosso irmão Jesus, queremos pedir que Tu possas nos conceder sabedoria, paciência e fé para construir a nossa vida sobre o alicerce que é a Tua Palavra. Não permitas Senhor que sejamos negligentes ou irresponsáveis com a nossa vida. É o que oramos e Te pedimos em nome de Jesus. Amém!”

Para reflexão

1) O que entendo pela afirmação “edificar a casa sobre a rocha”?
2) Consigo visualizar em que consiste “fazer a vontade de Deus”? Por quê?
3) Como viver sob a tutela permanente do Espírito Santo?