Amar ao meu próximo

Texto Bíblico: Lucas 10.25-29

25Um especialista em leis se levantou, e, para tentar Jesus perguntou: ‘Mestre, o que devo fazer para receber em herança a vida eterna?’ 26Jesus lhe disse: ‘O que é que está escrito na Lei? Como você lê?’ 27Ele então respondeu: ‘Ame o Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força e com toda a sua mente; e ao seu próximo como a si mesmo’. 28Jesus lhe disse: ‘Você respondeu certo. Faça isso, e viverá!’ 29Mas o especialista em leis, querendo se justificar, disse a Jesus: ‘E quem é o meu próximo?’.

Reflexão

Toda a prática e ética cristã estão fundadas no amor. Mas não é qualquer amor, é o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Jesus nos amou. É, por isso que somos conclamados a criarmos um ciclo virtuoso de amor, onde cada um de nós deve amar como Jesus nos amou! É só isso! E, buscando fomentar o ciclo virtuoso de amor uma coisa fica latente: Jesus mostra que num mundo agitado como é o nosso que não nos deixa tempo para cultivar o relacionamento humano, a amizade, a oração, o nosso próprio ser, esta resposta nos faz lembrar a importância de viver duma maneira que prioriza as coisas.

O ciclo virtuoso de amor traz à tona, revela e coloca em evidência os princípios que devem fundamentar a nossa relação com Deus e com o próximo. Jesus fez isso porque sabe que a só a Graça de Deus e a intervenção do Espírito Santo transforma o nosso amor egoísta num amor altruísta; só a Graça de Deus e a intervenção do Espírito Santo nos faz amar o próximo criando um ciclo virtuoso do amor. Mas, isso não acontece de forma teórica e sim prática, através da misericórdia e do acolhimento, poque Deus é misericordioso e excessivamente acolhedor. Por isso que um culto a Deus sem amor é simplesmente vazio!

Foi esta forma que Jesus ressaltou que amor a Deus passa pelo amor ao próximo; e, essa certeza levou o apóstolo João, em sua primeira carta, a afirmar com muita propriedade: “Quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (IJo 4,20); essas palavras de João revelam que há um só amor, aquele que se dirige a Deus, passando pelo próximo e deve ser “como todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência” (Lc 10,27). E, isso revela que o cristianismo autêntico é aquele que tem o amor como a sua primeira e mais relevante prática. Aí sim, o culto de adoração a Deus, a liturgia, vai trazer para cada um de nós uma experiência intima, pessoal e profunda com Deus.

E, olhando bem para tudo isso, vemos que, diuturnamente, o Senhor nos desafiando a viver um amor altruísta; e para isso é preciso viver no coração a certeza que altruísmo é o oposto de egoísmo. Ser altruísta significa ter amor ao próximo, ser abnegado, estar comprometido com causas filantrópicas. O altruísmo deve ser uma marca inconfundível de todo cristão. Chega a ser deprimente alguém se declarar cristão e viver egoisticamente. Em seu livro “Ética do Novo Testamento” o teólogo evangélico Heinz-Dietrich Wendland, que viveu durante o século 20, declara: “Não há amor verdadeiro e pleno do coração todo a Deus, sem amor ao próximo”.

Foi por entender a importância do altruísmo que Jesus vai além e desqualifica a segunda parte do mandamento que diz que devemos “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos” (Mt 22,38). Ou seja, devemos amar como Jesus nos amou, que significa amar nosso próximo mais que a nós mesmos, até sermos capazes de dar a nossa vida. Pois, só assim vamos fazer realidade na nossa vida o ciclo virtuoso de amor onde cada um de nós deve amar como Jesus nos amou! É só isso! Mas, como foi que Jesus nos amou? Agindo! Jesus entregou a Sua vida, para que todos nós pudéssemos “ter a vida e vida plenamente”. Isso demonstra que Jesus nos ama porque Deus nos amou primeiro; e, esse amor é o autor de toda a Salvação que advém do coração de Deus. Mas, para que esse este amor se torne uma constante na nossa vida devemos viver como Jesus viveu, ou seja, devemos seguir o exemplo do Mestre que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45).

Este amor é tão espetacularmente fundamental que deve se tornar o nosso maior sinal; deve ser a nossa principal característica; até porque Jesus afirmou: “Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos”. Com essas palavras Jesus nos convida para que realizarmos um autoexame e constatarmos se estamos ou não disponíveis a fomentar esse amor no mundo. Hoje, Jesus nos intima a viver um amor sem limites, sem qualquer imposição o que vai nos fazer proclamar, a plenos pulmões, a seguinte oração: “Senhor querido, ensina-nos a amar-Te como nunca aprendemos a amar. Que nos tornemos amados Teus de forma que nunca tenhamos dúvidas deste amor. Nos ensina a amar o nosso próximo, de forma que eles possam conhecer o teu amor através de nosso testemunho. É o que oramos em nome D’Aquele que pôr e com amor concedeu a todos nós livre acesso a Ti, nosso irmão Jesus. Amém!”

Para reflexão

  1. Busco identificar o amor de Deus na minha vida?
  2. O que fazer para divulgar e viver a certeza de que Deus é misericordioso e excessivamente acolhedor?
  3. O que consiste em ter o amor como a sua primeira e mais relevante prática?
    3½. Como fazer para reconhecer e divulgar que o culto a Deus sem amor é vazio? Por quê ?