Anglicanos falam em evento da ONU sobre mudanças climáticas, perda da biodiversidade e poluição

Sede das Nações Unidas na Cidade de Nova Iorque. Crédito da Foto: Multimedia das Nações Unidas / João Araújo Pinto

Os anglicanos estiveram representados na Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA 6), que ocorreu me Nairóbi, Quênia. A UNEA discutiu a crise tripla planetária da mudança climática, perda da biodiversidade e poluição. A Assembleia Ambiental das Nações Unidas é o único fórum no qual os países do mundo discutem a crise ambiental como um todo.

A Comunhão Anglicana foi representada pela Revda. Rachel Mash – Coordenadora Ambiental da Igreja Anglicana do Sul da África, Nicholas Pande da Aliança Anglicana (Anglican Alliance) e do Rev. Dennis Nthenge, Capelão do Arcebispo Jackson Ole Sapit da Igreja Anglicana no Quênia.

Durante a Assembleia, a Revda. Rachel Mash será copresidente da resposta da sociedade civil a um conjunto de cinco resoluções lidando com as “causas fundamentais da mudança climática, perda da biodiversidade e poluição”.

Este conjunto de resoluções lidarão com a economia circular – como nós nos afastamos das mentalidades do consumo excessivo e descartável para uma economia sustentável que priorize aquilo que pode ser reutilizado e reciclado. Também há resoluções no conjunto sobre a mineração socialmente responsável, mudança de comportamento e as respostas aos impactos ambientais de conflitos.

A sociedade civil é bem representada em uma estrutura conhecida como “Principais grupos e partes interessadas” que tem representantes de quase 1.000 organizações credenciadas de uma ampla variedade de grupos. A reunião dos principais grupos na UNEA6 antes das discussões, Rachel representou vozes de toda a Comunhão Anglicana nas resoluções discutidas.

Incluindo palavras do Revmo. Don Tamihere, Pihopa o Aotearoa, líder da Igreja Anglicana Maorei, ela falou: “A crise climática é um produto herdado da mentalidade ocidental, incluindo a globalização, capitalismo e individualismo, uma que foi nutrida pelo império e colonialismo. A resposta, portanto, precisa ser sustentada por outras maneiras de se ser e pensar, especialmente a das formas indígenas em que o meio ambiente e a humanidade estão interconectados como parte da criação. É aí que está o caminho para a verdadeira paz e justiça em nosso planeta. Estas resoluções nos dão um novo caminho para ser – de uma economia do descartável para uma economia circular que reconhece o valor do meio ambiente e de nossas interconectividades”.

Inspirada pelas palavras do Arcebispo Chris Harper, Arcebispo Anglicano Indígena Nacional e Ancião Presidente do Círculo Sagrado no Canadá, ela disse: “O comportamento humano molda o meio ambiente, então precisamos de uma mudança de consciências. A economia do descartável só é possível porque se baseia na exploração dos direitos humanos dos trabalhadores e no abuso do meio ambiente que não considera os verdadeiros custos de externalidades ambientais e sociais… Nós precisamos repensar nosso relacionamento com os componentes múltiplos e interconectados do ambiente natural, e deixar para as próximas gerações um planeta saudável e limpo que possa atender às suas necessidades.”

Jovens anglicanos do movimento de Anglicanos Verdes do Quênia e do grupo “Jovens teoólogos pela mudança climática” (“Young Theologians for Climate Change”) também participaram da reunião. Eles foram liderados pelo Rev. Dennis Nthenge, que é um membro chave do movimento Anglicanos Verdes, representante anterior da UNEA e defensor da saúde e do bem-estar das pessoas que coletam, separam e reciclam resíduos – outra discussão chave na UNEA.

Agnes Lam da Juventude da Comunhão Anglicana uniu-se on-line a partir de Hong Kong.

Publicado em 26/02/2024 no site https://www.anglicannews.org/.